A maioria das crianças (53,8%) utiliza as tecnologias nas suas brincadeiras, revela o estudo “Portugal a Brincar III”. Apesar deste valor ser elevado, é inferior ao de 2018 (65,3%) e de 2022 (69,5%).
Realizado pela primeira vez em 2018, o estudo foi elaborado pela Escola Superior de Educação de Coimbra, em parceria com o Instituto de Apoio à Criança e a Estrelas & Ouriços, e baseia-se num inquérito a mais de 1.600 famílias com crianças até aos 10 anos.
Segundo o estudo, observa-se ainda que 66,3% das crianças tem uma maior quantidade de brinquedos não eletrónicos em comparação com os brinquedos eletrónicos (em 2018, este número era de 73,3% e em 2022 de 69,5%).
Educação e novos saberes
Relativamente às aprendizagens durante o brincar, em 2022, o privilégio era dado à diversão (39,4%) seguida de muito perto pelo desenvolvimento de competências (39%).
Em 2024, as famílias elegem, em primeiro lugar, o desenvolvimento de competências como a criatividade e capacidade de exploração (48,2%).
Cerca de 92% dos pais refere que brinca com as crianças. Segundo cerca de 40% dos pais, a principal barreira para não brincarem tanto com as crianças é a falta de “energia” devido à elevada carga de trabalho diário.
Cerca de 52% dos pais refere que brincam menos de uma hora com as crianças durante a semana e cerca de 26% uma a duas horas aos fins de semana.
“Este estudo reforça a importância do brincar para o desenvolvimento infantil, destacando a necessidade de promover mais tempo e espaços adequados para que as crianças possam brincar, especialmente ao ar livre. Estou certa de que, nesta conferência, serão revelados dados muito interessantes sobre um tema estruturante da nossa sociedade”, defende Madalena Nunes Diogo, diretora-geral da Estrelas & Ouriços.
4.ª Conferência Estrelas & Ouriços
Os resultados do “Portugal a Brincar III” vão ser debatidos na quarta Conferência Estrelas & Ouriços (E&O), que decorre no próximo dia 3 de outubro.