in ,

5 tendências que vão moldar o retalho em 2018

São cinco as tendências que irão moldar o rumo do retalho mundial a partir de 2018, acredita a consultora IGD: marca própria, hiper local, entregas, estilos de vida e abastecimento das lojas.

Os retalhistas estão a usar casa vez mais as suas marcas próprias para atrair consumidores de todas as faixas etárias e para se adaptar às mudanças nos hábitos de compra. O investimento crescente nestes produtos para disponibilizar uma oferta de elevada qualidade está, por seu turno, a potenciar o aumento da procura por gamas que respondam às expectativas de excelente valor e elevada qualidade dos consumidores. De facto, 75% dos britânicos acreditam que a qualidade dos produtos de marca própria melhorou nos últimos anos.

Muitos retalhistas estão a apostar em gamas premium de preço acessível, uma tendência a manter. “As gamas de marca própria são uma área estratégica de diferenciação para os retalhistas num ambiente cada vez mais complexo e competitivo. Para os fabricantes de marca própria, isto poderá proporcionar um volume adicional, mas também uma maior pressão sobre os custos”, analisa Toby Pickard, consultor sénior de inovação e tendências na IGD. “Para as marcas, significa que terão de assegurar-se que os seus produtos são superiores para justificar o seu preço mais elevado”.

Um exemplo desta tendência é dado pelo negócio jet.com da Walmart, que lançou uma gama premium de produtos de marca própria chamada Uniquely J. A seleção inicial contempla 60 produtos das principais categorias.

Por outro lado, apesar dos “shoppers” serem cada vez mais globalizados, mantêm o desejo de se relacionar com a sua região e de comprar produtos locais. Desejo este que deverá aumentar ainda mais no próximo ano. Esta abordagem irá potenciar que os retalhistas vendam produtos que apenas estão disponíveis durante um curto período de tempo, devido ao seu cariz sazonal e disponibilidade, o que cria um sentido de exclusividade que aumentará, ainda mais, a vontade de comprar estes produtos.

Deste modo, irá aumentar a gama disponível ao “shopper”, mas também a complexidade da cadeia de abastecimento, com as lojas a procurarem rodar ainda mais os produtos e gamas. “Para alcançar uma oferta hiper local, os retalhistas terão de apoiar ainda mais os pequenos e médios produtores. Isto terá um impacto positivo junto dos consumidores, no sentido em que contribui para a sustentabilidade da comunidade e fá-los sentir especiais por participar em algo único. Assim, a indústria necessita de assegurar que os produtos vendidos refletem realmente as comunidades locais, os seus gostos e expectativas. Os retalhistas poderão associar-se a eventos e tradições locais que reflitam os valores e crenças dos consumidores para reforçar o seu nível de fidelização”, sublinha Toby Pickard.

Na Holanda, a Albert Heinj está a transformar as suas lojas de acordo com as preferências regionais. Quem vive no leste do país tem acesso a uma gama mais ampla de produtos feitos à base de carne de porco, enquanto na parte ocidental a gama é mais focada em carne de bovino e orgânica.

ma terceira tendência que irá moldar o ano de 2018 para o retalho tem a ver com a entrega dos produtos. As expectativas dos “shoppers” não param de crescer a este respeito e querem entregas cada vez mais rápidas e fáceis. Até agora, os retalhistas têm respondido e até excedido a procura com soluções de entrega inovadoras. Mas espera-se um aumento da concorrência para oferecer opções ainda mais criativas.

Neste sentido, os retalhistas tenderão a utilizar a análise de dados e estudar os hábitos de compra dos consumidores para entender e potencialmente antecipar o que os “shoppers” querem, quando querem e onde querem os seus produtos, mesmo antes de eles próprios o saberem. “Se os consumidores continuarem a valorizar inovações que ofereçam conveniência e poupança de tempo, terão cada vez menos interação direta com os retalhistas e marcas”, alerta Toby Pickard. “Para se assegurar que não são esquecidos no meio de todos estes desenvolvimentos, aqueles terão de sobressair. Recolher mais dados sobre os clientes e utilizá-los para potenciar a fidelização a longo prazo será fundamental no futuro. Isto terá, provavelmente, a forma de soluções de inteligência artificial que usam informações sobre os clientes para prever a procura e automatizar a entrega”.

Na China, a Wheelys da Moby Mart é um dos cada vez mais pontos de venda que dispensam staff e checkout. Contudo, este conceito é único porque pode deslocar-se a ele próprio ao armazém de modo a repor o stock e até à casa do cliente para fazer uma entrega.

Saúde e bem-estar continuarão, por seu turno, a estar no radar em 2018, pelo que se espera que os retalhistas expandam as zonas dedicadas a estes produtos e desenvolvam formatos focados neste estilo de vida. A oferta será cada vez mais personalizada, com mais opções de valor acrescentado através do canal online. Dois terços dos consumidores consideram que a informação nutricional apresentada de uma forma clara nas embalagens dos produtos é importante para a sua tomada de decisão.

Os produtos vegetarianos, flexiterianos, “free from”, mais saudáveis e mais limpos continuarão a registar os maiores crescimentos e a ser uma prioridade dos investimentos do retalho. “Os retalhistas e as marcas terão de acompanhar de perto a evolução das tendências alimentares para garantir que respondem aos gostos de uma base de clientes cada vez mais diversa e exigente. Os vencedores serão aqueles que conseguirem mais fácil e rapidamente responder à próxima tendência na alimentação”, garante o responsável da IGD.

Por exemplo, a britânica Tesco associou-se à Spoon Guru para criar uma app que ajuda os clientes com dietas e gostos específicos a encontrar mais rápida e facilmente os produtos mais adequados para si.

Finalmente, as lojas físicas terão que trabalhar ainda mais para atrair os clientes. A pressão está a aumentar com a ascensão do consumidor omnicanal, no sentido de oferecer uma experiência de compras que funda o online, o offline e o Big Data. Com o e-commerce a transformar a experiência de compras, esperam-se muitas inovações na exposição dos produtos, na entrega das encomendas online em menos tempo e num maior envolvimento com o cliente dentro de loja.

Sugal bate recorde de produção de tomate e fatura mais de 265 milhões de euros

Continente online “abre portas” à navegação virtual