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36% dos portugueses mudou de casa nos últimos cinco anos

Motivos económicos ou alterações do agregado são os principais motivos apontados

DECO PROteste contas

No último ano, a crise na habitação tem sido um dos temas que domina a atualidade. Segundo dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), nos últimos cinco anos, os preços das casas subiram mais de 50%, sobretudo nas grandes áreas metropolitanas.

Os últimos resultados, referentes ao terceiro trimestre de 2023, mostram que o Índice de Preços da Habitação (IPHab) teve um incremento de 7,6%. O aumento das rendas e das taxas de juros de empréstimos à habitação levaram muitos a ter de ajustar os seus orçamentos familiares e a procurar outras soluções de habitação.

Nesse sentido, não é de estranhar que 36% tenha mudado de casa, nos últimos cinco anos, sendo que 7% realizou essa mudança no último ano, conforme revela o estudo realizado pelo Observador Cetelem. Entre os motivos apontados para a mudança estão a alteração do agregado familiar (33%), motivos económicos (32%) ou motivos profissionais (17%). A maior parte (31%) dos que apontaram motivos económicos para a mudança de casa está entre a faixa etária dos 35 aos 44 anos. Por outro lado, é na faixa etária mais jovem (entre os 18 aos 24 anos) que há uma maior percentagem em relação a outros motivos: alteração do agregado familiar (43%) e razões profissionais (30%).

 

Maioria tem casa própria

Por outro lado, a maioria dos inquiridos afirma ser proprietário de casa própria (69%), enquanto 28% vive em casa alugada.

Estes dados vão ao encontro dos divulgados pelos Censos 2021, que detalham, ainda, que cerca de 62% das habitações ocupadas pelos próprios proprietários não tem encargos com a aquisição de habitação.

Há ainda uma pequena percentagem (4%) que escolheu a opção “outra”, sendo que viver em casa de familiares se inclui nesta opção.

O Porto é a localização onde há um maior número de inquiridos com casa própria (72%), seguindo-se a região Sul (71%) e a região Norte (68%). Em contraponto, é na região Centro (32%) e Lisboa (31%) que há mais inquiridos a viver em casa arrendada.

 

Perspetiva para 2024

Numa perspetiva para 2024, 17% planeia mudar de casa, 10% para uma casa comprada, enquanto 7% prevê mudar-se para uma casa arrendada.

Recorde-se que o mesmo estudo revelou, recentemente, que os portugueses inquiridos se mostram esperançosos em relação a 2024. No entanto, 37% avalia a situação económica atual como pior que há um ano e apenas 16% avalia o ano de 2023 como muito positivo. Além disso, 49% manifesta uma opinião negativa em relação à sua situação pessoal e 81% manifesta uma opinião negativa quanto à situação atual do país, mais 19% face ao período homólogo.

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Por Bruno Farias

Diretor na revista Grande Consumo. Um eterno sonhador, um resiliente trabalhador. Pai do Afonso e do José.

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