Os empresários do sector dos eventos (80%) revelam que o drama da pandemia continua a estender-se, em 2021, com 75% dos profissionais a revelar que os trabalhos agendados estão a ser cancelados ou adiados para primavera e verão de 2022, revela a Fixando num inquérito realizado junto de 18.323 profissionais e utilizadores da sua plataforma, entre os dias 1 e 11 de maio.
A empresa apurou os dados num mês em que se começam a realizar batizados e casamentos. Em termos de quebras mensais, 80% dos profissionais registou quebras acima dos 75%, desde março de 2020, período a partir do qual só 54% conseguiu ajuda financeira para superar as perdas, enquanto o remanescente não era elegível para esse apoio.
Já na procura de serviços, a maioria dos profissionais (71%) assiste, hoje, a quebras drásticas, com valores que, por serem tão baixos, não podem ser comparados aos níveis de pré-pandemia.
Outra realidade vivida no sector é também a redução do orçamento disponível por parte dos clientes, onde 87% dos profissionais assinala esta nova conjuntura como problemática para a recuperação económica.
Investimento
Ainda com algumas restrições, são apenas 19% os inquiridos que consideram organizar um evento em 2021, sendo o tipo mais comum a festa de aniversário (33%), seguindo-se o casamento (22%), o batizado e as festas empresariais, ambos com 17%, destacando-se o catering (35%), o fotógrafo (24%), o local para o evento (18%) e a animação (18%) como os serviços mais procurados.
Ficou-se a saber também que, em 2020, os inquiridos já tinham investido uma média 910 euros em eventos que acabaram cancelados e/ou adiados e apenas 45% foi remarcado. Somente 20% acabou por se realizar no verão de 2020.
Para este ano, 76% dos clientes de eventos não tenciona ir a qualquer evento, seguindo-se 15% com planos para ir a um casamento, 7% a festas de aniversário e 4% a batizados.
O formato preferencial para a realização de eventos, em 2021, é o evento em espaço exterior (46%), seguindo-se os eventos em espaços interiores (38%) e os eventos em casa (23%).
O valor médio que os inquiridos planeiam gastar em eventos, em 2021, situa-se na ordem dos 1.509 euros.
Insegurança
Ainda que exista vontade de participar e organizar eventos, 33% dos inquiridos classifica como muito insegura a realização de eventos em espaços fechados, ainda com redução da lotação, apesar de 62% se sentir muito seguro em esplanadas.
No que diz respeito às medidas obrigatórias para realização de eventos, 60% defende a utilização obrigatória de máscara, seguindo-se com 41% a defender os testes rápidos para acesso ao evento, 27% é a favor da redução da lotação dos espaços para 25%, 21% quer o adiamento até ao regresso da normalidade e 19% acredita que a realização de eventos deverá ser exclusivamente ao ar livre.
“O sector dos eventos foi aquele que registou uma quebra mais acentuada, em 2020, comparativamente à realidade pré-pandemia, atingindo, em alguns meses, quebras acima dos 85% e sem qualquer indício de recuperação. As restrições aliadas à sensação de insegurança e instabilidade sentida pelos portugueses podem ter resultado em perdas na ordem dos 900 milhões de euros para o sector“, refere Alice Nunes, diretora de Novos Negócios da plataforma Fixando. “Em 2021, apesar de um primeiro trimestre com crescimento negativo, agravado pelo confinamento, o sector começa a encontrar alguma esperança nesta última fase do desconfinamento, registando um crescimento nos primeiros 10 dias de maio, comparativamente ao mesmo período em abril, na ordem dos 106%”.