A propósito dos 20 anos de Dove Beleza Real, a marca realizou um estudo a nível nacional que tem o objetivo de dar resposta à problemática dos desafios à imagem e autoestima das jovens e mulheres portuguesas. Os dados do estudo revelam que uma em cada cinco mulheres perderia um ano de vida para atingir o seu ideal de beleza e que uma em cada cinco raparigas, até aos 18 anos, estaria disposta a sacrificar até cinco anos de vida para atingir o mesmo ideal.
Destaca-se ainda que oito em cada 10 mulheres sente ansiedade por causa das redes sociais e que, até aos 22 anos, metade das jovens diz ser influenciada a experimentar os produtos e tratamentos cosméticos que as influenciadoras recomendam nas redes sociais.
Beleza Real
Este ano, a Dove celebra 20 anos de Beleza Real, afirmando-se como “uma marca que aposta na democratização da beleza, com o intuito de proporcionar uma experiência de beleza positiva a todas as mulheres”. O tema surgiu em 2004, com o lançamento do conceito e da primeira campanha que seguiu este mote. Nesta data, a marca percebeu que apenas 2% das mulheres se considerava bonito.
Tendo por base este estudo, a Dove identificou uma nova problemática, a crescente proliferação de imagens geradas por inteligência artificial, e lança a campanha The Code, que vem alertar para a necessidade de uma maior representatividade da beleza real nestas novas plataformas, de modo a “conduzi-las” para que gerem imagens inclusivas e o mais realistas possíveis, no que à beleza diz respeito.
Com o objetivo de manter o compromisso com as mulheres reais, a Dove compromete-se a não utilizar inteligência artificial nas suas campanhas – #KeepBeautyReal -, e cria ainda um guia que vem ajudar o utilizador destas ferramentas e aplicações de IA, na hora de imaginar a beleza, a gerar imagens mais reais e representativas das mulheres.
“A Dove começou a falar de Beleza Real quando assumiu o seu propósito de tornar a beleza uma fonte de confiança e não de ansiedade”, começa por explicar Maria Matos, responsável pela marca Dove em Portugal. “Nos primeiros anos, a mensagem era sobretudo dirigida aos media e à indústria publicitária, mas, com a transferência do poder da criação de conteúdos a passar para a ponta dos nossos dedos, tornou-se imperativo educar e sensibilizar cada indivíduo para a necessidade de não ajudar a propagar padrões irrealistas de beleza. Hoje em dia, todos contribuímos com os conteúdos que partilhamos, quer seja no uso de editores de imagem, filtros ou, mais recentemente, no recurso à inteligência artificial, que é uma ameaça real que vai afetar a autoestima das mulheres”.
Ferramentas de IA não representam a beleza de forma realista
O estudo realizado este ano revela que a IA tem um longo caminho pela frente face à forma como representa a beleza. Para além de perceber que uma em cada cinco mulheres estaria disposta a perder um ano de vida para atingir o seu ideal de beleza, a marca também apurou que seis em cada 10 tem baixa autoestima.
Olhando para as camadas mais jovens, a realidade é ainda mais preocupante, pois uma em cada cinco raparigas até aos 18 anos estaria disposta a sacrificar até cinco anos de vida para atingir o mesmo ideal, demonstrando que o ideal de beleza suplanta a própria vida na perceção das jovens portuguesas.
No âmbito deste estudo, a psicóloga Filipa Jardim da Silva, que tem tido um papel ativo no debate de temas relacionados com o empoderamento feminino, comenta que “as mulheres correm, atualmente, mais risco de fazerem escolhas impulsivas (como procedimentos estéticos), persistindo por um ideal de aspeto físico totalmente irrealista, que as pode colocar em risco até de desenvolvimento de doença mental. Apesar de até existir consciência do uso da inteligência artificial em muitas imagens online (redes sociais, videojogos, publicidade e media digital), o gerar de imagens femininas com recurso à IA cria um padrão de beleza irrealista com impacto negativo na autoestima de muitas mulheres”.
Além destas conclusões, o estudo revela outros dados que vêm em linha com algumas conclusões de anos anteriores: uma em cada duas mulheres reconhece que existem influenciadoras completamente geradas por inteligência artificial e mais de 70% considera que a forma como as mulheres são retratadas em videojogos, por exemplo, contribui para ideais irrealistas de beleza. Estes são alguns perigos da IA associados à recriação das mulheres que a Dove visa combater.
Influenciadoras têm um papel determinante nos padrões de beleza
Nos dias de hoje, as redes sociais acabam por ter um papel determinante na forma como as mulheres e jovens se percecionam e na forma como constroem os seus ideais de beleza, em que as influenciadoras acabam por desempenhar um papel de “indicadores de beleza ideal”. No estudo desenvolvido este ano pela marca, foi possível perceber que, até aos 30 anos, uma em cada quatro mulheres diz ser influenciada a realizar procedimentos estéticos para mudar a sua aparência, após ver os resultados desses procedimentos em influenciadoras. Esta é uma realidade que ainda se intensifica mais nas camadas mais jovens, pois, até aos 22 anos, metade das jovens diz ser influenciada a experimentar os produtos e tratamentos cosméticos que as influenciadoras recomendam nas redes sociais.