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O mercado global de retalho de luxo registou um crescimento significativo em 2024, revertendo a desaceleração de 2023 e registando um aumento de 12% nas inaugurações de lojas em todo o mundo.
A conclusão é do mais recente “Luxury Report” da Savills, que revela também que mais de 75% dos 21 mercados analisados manteve ou elevou as rendas prime no último ano.
Quinta Avenida mantém liderança global
A Quinta Avenida, em Nova Iorque, reafirma-se como a localização mais exclusiva do mundo para a instalação de lojas de luxo, com rendas prime a atingirem os 26 mil metros quadrados o metro quadrado no final de 2024.
O crescimento desta artéria foi acompanhado por subidas expressivas na Madison Avenue (24%) e na Bond Street, em Londres (20%). Este dinamismo levou à subida da Madison Avenue e da Bond Street para os segundo e terceiro lugares do ranking global, respetivamente, com a Bond Street a assumir a liderança europeia, ultrapassando a Via Monte Napoleone, em Milão (15 mil euros o metro quadrado), ao alcançar os 15.333 euros o metro quadrado.
Portugal: luxo com procura superior à oferta
Em Lisboa e no Porto, a procura por espaços de retalho de luxo excede largamente a oferta existente, dificultando a entrada de novas marcas internacionais. A Avenida da Liberdade mantém-se como epicentro do luxo nacional, mas com oferta extremamente limitada. “Lisboa e Porto mantêm-se como cidades altamente atrativas para marcas de luxo. A nova oferta prevista na Avenida da Liberdade permitirá, finalmente, a entrada de mais insígnias internacionais em Portugal”, afirma José Galvão, head of retail da Savills Portugal.
A nova geração de espaços de retalho de luxo, com abertura prevista para 2027, promete reforçar a atratividade de Lisboa junto de marcas globais, impulsionada também pelo crescimento da hotelaria de alto padrão e do turismo qualificado proveniente da Europa, Ásia e América do Norte.
Ásia-Pacífico impulsiona novas aberturas globais
A China reafirmou-se como o maior motor do retalho de luxo, concentrando 40% de todas as novas aberturas em 2024, um aumento de 10% face ao ano anterior. A região Ásia-Pacífico (excluindo a China) destacou-se com o crescimento mais expressivo (52%) em novas lojas, com o Japão a liderar na região.
“As marcas estão a reposicionar os seus portefólios para se aproximarem dos seus públicos-alvo, apostando em mercados domésticos e em localizações estratégicas de alto tráfego”, sublinha Anthony Selwyn, co-head of global retail da Savills.
Com a escassez crescente de espaços premium, a pressão sobre as rendas prime deverá manter-se, embora a um ritmo mais moderado, refletindo o equilíbrio entre ambição de expansão e racionalização do investimento por parte das marcas.



