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Queda massiva da procura de PCs no 3.º trimestre

Foto Shutterstock

O mercado global de PCs enfrentou uma queda significativa da procura, no terceiro trimestre. O total de envios de computadores e portáteis caiu 18%, para 69,4 milhões de unidades, uma vez que a fraqueza existente nos segmentos de consumo e educação foi agravada por gastos de TI mais cautelosos por parte das empresas, avança a Canalys.

Os fatores macroeconómicos e industriais adversos, incluindo a elevada inflação, a subida das taxas de juro e o excesso de stock, têm abalado a dinâmica do mercado e são suscetíveis de persistir até 2023. As vendas de notebooks foram as que mais sofreram, registando um decréscimo homólogo de 19%, com 54,7 milhões de unidades expedidas. Os desktops revelaram-se mais robustos, devido à menor dependência dos gastos dos consumidores, tendo caído 11% para 14,7 milhões de unidades.

Declínio recorde

Após um abrandamento na primeira metade do ano, o mercado de PCs registou agora um declínio recorde “, avança Ishan Dutt, analista sénior da Canalys. “Embora o volume permaneça comparável aos valores pré-pandemia, a rápida deterioração da procura em todos os segmentos é um sinal preocupante não só para os fornecedores, mas também para toda a cadeia de abastecimento. A Intel e a AMD estão a enfrentar ventos contrários nos seus negócios para PC e os pequenos fabricantes de componentes estão a cortar a produção e a reduzir as previsões de ganhos. Embora as atividades promocionais dos retalhistas tenham ajudado a limpar alguns inventários antes da época de Natal, o entusiasmo geral pelos computadores entre os consumidores diminuiu face ao aumento dos custos com outros bens e serviços. As implementações no sector da educação, que foram uma importante nova fonte de crescimento em 2021, também foram reduzidas, uma vez que o financiamento do sector público é direcionado para necessidades mais imediatas e as escolas, na maioria dos mercados desenvolvidos, estão com um rácio adequado de dispositivos, com a aprendizagem presencial amplamente retomada“.

 

Cautela

As empresas estão a demonstrar maior cautela ao alargar os ciclos de atualização dos dispositivos. Um sinal positivo para o mercado dos PCs tinha sido o emprego relativamente robusto e os números de contratação nos principais mercados. O investimento empresarial também enfrenta constrangimentos, uma vez que o custo do financiamento deverá continuar a aumentar, com as subidas de juros previstas para os próximos trimestres.

Mas apesar do ambiente adverso atual, a importância dos PCs para apoiar novos eixos de trabalho e objetivos de transformação digital continua a ser elevada. Os dispositivos mais antigos terão de ser substituídos e o mercado deverá ter uma recuperação, até ao segundo semestre de 2023.

 

Lenovo na liderança

A Lenovo manteve liderança do mercado global de PC, mas sofreu uma queda de 16%, em termos homólogos, para 16,9 milhões de unidades. Pelo segundo trimestre consecutivo, a HP registou a maior queda entre os cinco principais fornecedores, ao registar 12,7 milhões de unidades, menos 28% em termos homólogos. Tanto a Lenovo como a HP expediram a quantidade mais baixa de unidades desde o início da pandemia, no primeiro trimestre de 2020.

A Dell, terceira classificada, também registou um decréscimo significativo de 21%, registando pouco menos de 12 milhões de unidades. A Apple beneficiou de um trimestre melhor do que os seus concorrentes, uma vez que cumpriu as encomendas do segundo trimestre que tinham sido adiadas devido a interrupções no fornecimento na China e lançou os novos Macbooks M2. Garantiu o quarto lugar, com oito milhões de unidades, num aumento homólogo de 2%. A Asus fechou top 5 com 5,5 milhões de unidades, menos 8%. 

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