99,8% dos lares portugueses compraram, pelo menos, um artigo em promoção, nos primeiros nove meses do ano, sendo que sete em cada 10 ocasiões de compra incluíram pelo menos um produto com desconto.
Os dados são do estudo Marcas+Consumidores, uma colaboração da Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Marca e a Kantar Worldpanel, apresentado esta quarta-feira, dia 12 de outubro, na Cerveteca, em Lisboa.
Entre janeiro e setembro, os portugueses dividiram, em média, as suas compras em 41 idas ao supermercado, ou cestas. Destas, face ao efeito das promoções, três foram grátis, ou seja, 7% das compras totais.
Contudo, os dados revelam também que os elevados índices promocionais não estão a ser sinónimo de crescimento. 46% das marcas só ganham compradores por via das promoções e não conseguem expandir-se e, no mesmo sentido, apenas cinco marcas em cada 100 conseguem expandir a sua base de clientes sem recurso a qualquer tipo de promoção. “As marcas devem ter presente que a diferenciação pelo preço atingiu uma forte saturação e, por isso, procurar novas estratégias para atrair consumidores viciados em promoções. Já começamos a assistir a algumas mudanças, mas é importante reforçar medidas que permitam acompanhar os novos hábitos de consumo e as novas exigências dos “shoppers”. O desafio atual é precisamente esse – acompanhar essas novas tendências, até porque mais promoção não é sinónimo de mais crescimento nem para as marcas nem para o mercado e, certamente, não é sinónimo de melhor qualidade percebida dos produtos por parte dos consumidores”, refere Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca.
Este “vício” nas promoções está a levar a que 66% das compras contemplem pelo menos um artigo com desconto, quando há dois anos eram 51%. Além disso, o desconto médio concedido está também a aumentar. Se em 2014 estava situado nos 28%, agora está nos 32%. Iogurtes (65%), perfumaria e higiene (40%) e bolachas (30%) são as categorias mais prováveis de entrar na cesta grátis.
O estudo destaca ainda que, neste período, o “shopper” tendeu a concentrar as compras em menos locais, para tirar maior proveito da oferta promocional. Como resultado, Sonae, Jerónimo Martins e Lidl reforçaram a sua presença nas ocasiões de consumo de produtos FMCG.