O novo pacote de estímulos à economia dos Estados Unidos da América, recentemente aprovado pelo Congresso, criará oportunidades adicionais de 483 milhões de euros para os exportadores portugueses, até 2022, beneficiando sobretudo os sectores da energia, serviços, têxtil e a indústria química, estima a Euler Hermes, acionista da COSEC – Companhia de Seguro de Créditos.
A COSEC perspetiva ainda que o incentivo de 1,6 triliões de euros à economia norte-americana tenha, durante o mesmo período, um impacto de 0,1% no PIB português.
De acordo com o estudo “The irony of Biden’s super stimulus: USD360bn for exporters around the world”, recentemente publicado, este pacote histórico terá um impacto total de mais de 302 mil milhões de euros nas exportações em todo o mundo, incluindo mais de 81 mil milhões de euros só Europa Ocidental, a zona que terá maiores ganhos potenciais com este contexto. 75% deste impacto será sentido ainda em 2021.
De acordo com os economistas da acionista da COSEC, na Europa, a Alemanha é o país mais bem posicionado para beneficiar deste estímulo, com previsões de mais de 18,5 mil milhões de euros. Seguem-se o Reino Unido (mais de 13 mil milhões de euros), a Irlanda (perto de 11 mil milhões de euros) e a França (mais de 8 mil milhões de euros).
A Ásia (excetuando a China) deverá ter ganhos de mais de 63 mil milhões de euros, a China, de mais de 50 mil milhões de euros e a América Latina de quase 50 mil milhões de euros.
À escala global, os sectores mais beneficiados por este investimento norte-americano deverão ser o dos equipamentos domésticos, que terá ganhos adicionais de mais de 26 mil milhões de euros, o dos computadores e telecomunicações (25 mil milhões de euros) e o automóvel (24 mil milhões de euros).
Revisão em alta do crescimento do PIB
A confiança gerada pela aprovação deste super estímulo já está a impactar as projeções económicas. Assim, a Euler Hermes reviu em alta a sua estimativa de crescimento do PIB dos Estados Unidos, para 5,3%, em 2021 (face a uma estimativa de 3,6% em dezembro de 2020), e 3,8%, para 2022 (face a uma estimativa de 3,1% no final do ano passado).
As projeções sobre a taxa de desemprego também foram revistas e melhoraram: a Euler Hermes aponta agora para que um valor de 4,3%, no final de 2022 (face aos 6,2% previstos em fevereiro de 2021).