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A The Navigator Company registou um aumento de 15% nas vendas de papel UWF e Packaging face ao 3.º trimestre de 2024, totalizando 316 mil toneladas, apesar da sazonalidade do período.
Um desempenho que “reflete a solidez da procura pelos produtos da Navigator e o sucesso da estratégia de diversificação, num contexto global marcado por forte instabilidade macroeconómica e comercial e, ainda, pela redução de preços nos mercados internacionais“, refere em comunicado.
O Tissue e o Packaging representaram já cerca de 30% do volume de negócios e do EBITDA, com o Packaging a atingir o melhor trimestre desde 2022. O EBITDA dos primeiros nove meses foi de €300 milhões (margem de 20,2%), face a €431 milhões em 2024. O volume de negócios foi de €1.489 milhões e o resultado líquido ascendeu a €118 milhões.
Crescimento em contraciclo
O ano foi marcado por abrandamento económico e instabilidade geopolítica. O trimestre foi particularmente afetado pela pressão sobre os custos de energia, decorrente da subida e volatilidade dos indexantes de mercado, com impactos indiretos nos custos de produtos químicos, logística e materiais de embalagem, e pela correção acentuada dos preços da pasta na China após abril. Apesar disso, a empresa reduziu os cash costs da pasta de celulose e da produção de tissue, atingindo valores mínimos desde 2021.
A escassez de madeira nacional levou à paragem temporária da unidade de Aveiro, mas a Navigator diversificou as origens de abastecimento para mitigar riscos e manter competitividade.
A Navigator aumentou a sua quota global de mercado nas entregas totais em 1,2 p.p., atingindo 26%. Este crescimento foi impulsionado pelo forte desempenho nos mercados internacionais (+6pp YoY), enquanto a quota nos mercados europeus se manteve estável em mais de 18%.
As vendas de papel UWF e Packaging atingiram 959 mil toneladas (+1%), apesar de uma queda de 7% em valor. A taxa de utilização média atingiu 87% nos primeiros nove meses do ano (+7 p.p.). O mercado global recuou 2,7%, mas o UWF foi o segmento mais resiliente (-1,6%).
Sinais de estabilização
O índice de referência de pasta de fibra curta (hardwood), manteve-se estável nos 1.000 $/t em setembro, após um início de ano volátil. A procura global por pasta de fibra curta registou um crescimento homólogo (até agosto) de 8%, com a China continua a afirmar-se como motor de crescimento. A procura global por pasta de eucalipto (EUCA) foi a que mais cresceu.
As vendas de pasta da Navigator totalizaram 258 mil toneladas, registando uma redução de 7% face ao período homólogo, por menor produção de pasta agravado pelo incêndio ocorrido em Setúbal no mês de julho (25 mil toneladas). O valor das vendas reduziu 24% face ao período homólogo, resultado da quebra de preços verificada.
As vendas de Tissue aumentaram 14% em volume e 17% em valor, impulsionadas pela integração da Navigator Tissue UK (maio de 2024). As exportações representam 80% do volume de vendas (vs. 54% em 2022, antes da integração da Tissue Ejea e Tissue UK), com o Reino Unido (35%), Espanha (30%) e França (14%) como principais destinos.
No que diz respeito à estratificação por segmento de clientes, o At Home ou Consumer (retalho) tem registado um peso crescente, representando atualmente cerca de 83% das vendas, sendo que o segmento Away from Home (grossistas – canal Horeca e escritórios) representam os restantes 17%.
Packaging cresce 7%
O Packaging cresceu 7% em volume e 1% em preço, com o projeto da reconversão da máquina de papel PM3 de Setúbal, anunciado em maio, a permitir à Navigator responder de forma ágil e eficiente às crescentes exigências do mercado de embalagem flexível, com taxas de crescimento estimadas entre 2,5% e 3% até 2035.
O investimento permitirá à empresa tornar-se o 4.º maior produtor europeu de papel para embalagem flexível, reposicionando o ativo no 1.º quartil de competitividade deste mercado. A máquina tem flexibilidade para operar com pasta branqueada ou não branqueada, sendo o seu posicionamento na curva de custos bastante competitivo em ambos os segmentos.
O volume de investimentos ascendeu, até setembro, a €160 milhões (vs. €151 milhões no período homólogo), dos quais cerca de € 97 milhões dizem respeito a investimentos em matérias ambientais ou de cariz sustentável criadoras de valor, cerca de 61% do investimento total.
Entre os investimentos destacam-se a nova Caldeira de Recuperação Química de alta tecnologia, no complexo industrial de Setúbal, e, também, a linha de deslenhificação por oxigénio em Setúbal, com arranque previsto para abril de 2026.
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