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A Kraft Heinz está a estudar novas oportunidades de fusões e aquisições (M&A) numa tentativa de fortalecer o seu portefólio. A confirmação foi feita pelo CEO, Carlos Abrams-Rivera, que adiantou que a empresa tem vindo a analisar possíveis transações “nos últimos meses”.
Avaliada em cerca de 30,3 mil milhões de euros (33 mil milhões de dólares), a Kraft Heinz enfrenta não só o abrandamento da procura por produtos processados, mas também o impacto das tarifas aduaneiras e mudanças nos hábitos alimentares, nomeadamente, a crescente procura por produtos mais saudáveis.
Segundo a Reuters, a unidade Oscar Mayer tem despertado interesse de potenciais compradores, estando em cima da mesa uma eventual venda, avaliada em cerca de 2,75 mil milhões de euros (três mil milhões de dólares).
Berkshire Hathaway mantém ações, mas sai da gestão
A Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, anunciou que deixará de ocupar assentos no conselho de administração da Kraft Heinz, embora mantenha os 27,5% de participação na empresa. A saída ocorre após anos de desempenho financeiro abaixo do esperado — a fusão entre a Kraft Foods e a H.J. Heinz, em 2015, foi posteriormente classificada por Warren Buffett como um investimento sobrevalorizado.
A retirada dos administradores ligados à Berkshire, como Timothy Kenesey e Alicia Knapp, pode abrir espaço para a venda da participação no futuro ou até para a aquisição de ativos pela própria holding de Warren Buffett, nomeadamente marcas que a Kraft Heinz possa vir a alienar.
Futuro por definir
A empresa já tinha registado, em 2019, uma desvalorização de 14,1 mil milhões de euros (15,4 mil milhões de dólares) nas suas marcas, resultando num impacto direto de cerca de 2,7 mil milhões de euros (três mil milhões de dólares) nas contas da Berkshire Hathaway.
Com um mercado cada vez mais competitivo e uma base de consumidores em transformação, a Kraft Heinz procura agora adaptar-se, reavaliar o seu portefólio e preparar-se para uma nova fase de crescimento.