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Insolvências aumentam em 2020

insolvências

As insolvências em abril diminuíram 20% face ao período homólogo do ano passado, o que pode ser justificado pelas limitações de atividade decorrentes da situação de pandemia e dos impactos nas atividades relacionados com estado de emergência. Contudo, em termos acumulados, 2020 começa já a evidenciar um aumento nas insolvências que, no fecho do primeiro quadrimestre, ascendia a 4,5%. Até final de abril, registaram-se 1.745 ações de insolvência, mais 75 que em 2019.

Por tipologia de ações, o acumulado deste ano evidencia um aumento de 32,4% nas declarações de insolvência apresentadas pelas empresas, cujo valor evoluiu de 364, em 2019, para 482, em 2020. As declarações de insolvência requeridas por terceiros, contudo, diminuíram 3,5%, enquanto as insolvências declaradas (encerramento de processos) decresceram 3,3%.

Insolvências por distrito

O distrito do Porto apresenta o maior número de insolvências, 429, ainda assim, um valor inferior ao de 2019 (-1,2%). Segue-se o distrito de Lisboa, com 354 insolvências e um ligeiro aumento face ao ano passado (0,6%). O pódio em valores absolutos é preenchido por Braga, com 211 insolvências e um incremento de 14,1%. Os aumentos mais significativos pertencem, contudo, a Angra do Heroísmo (100%), Portalegre (83,3%), Castelo Branco (66,7%), Santarém (33,9%), Faro (32,4%) e Viana do Castelo (30,4%).

Apenas cinco distritos fecham o primeiro quadrimestre com valores inferiores ao período homólogo do ano passado: Horta (-50%), Guarda (-35,7%), Coimbra (-31.3%), Setúbal (-18,7%) e Porto.

Os aumentos de insolvências por sectores fazem-se sentir em sete das 13 categorias, com as subidas mais significativas a verificarem-se nos sectores de Eletricidade, Gás, Água (100%), Agricultura, Caça e Pesca (46,2%) e Hotelaria e Restauração (15%). Com diminuição face a 2019 destacam-se as Telecomunicações (-50%), a Construção e Obras Públicas (-16,5%), o Comércio de Veículos (-12,3%) e os Transportes (-2,5%).

Constituições diminuem mais de 74%

As novas constituições, em abril, baixaram de 3.995, em 2019, para 1.024, em 2020, o que traduz uma diminuição de 74,4%. O primeiro quadrimestre deste ano encerra com uma descida de 34,6% face ao período homólogo, com um total de 13.084 novas empresas, menos 6.927 que em 2019.

Lisboa lidera com 4.281 novas empresas, valor que traduz um decréscimo de 32,4% face ao mesmo período do ano passado. O Porto regista 2.402 novas empresas e uma diminuição de 34,4%. Na terceira posição surge Braga, com 973 novas empresas e uma redução homóloga de 35,7%. Em termos percentuais, os decréscimos mais acentuados pertencem aos distritos de Aveiro (60,4%), Leiria (43,3%), Évora (42,7%) e Bragança (42%). Na Madeira foram criadas menos 165 empresas, com o valor total a baixar de 430, em 2019, para 265, em 2020 (-38,4%). Nos Açores, Angra do Heroísmo decresce de 62 para 38 (-38,7%), Horta baixa de 33 para 23 (-30,3%) e Ponta Delgada diminui de 136 para 108 (-20,6%). Todos os distritos do país apresentam decréscimos face a 2019.

Até final do mês de abril, apenas o sector da Eletricidade, Gás, Água apresentava uma variação positiva de 6,9%, com 77 novas constituições. As diminuições mais significativas pertencem à Indústria Extrativa (-80%), Comércio por Grosso (-37,9%), Construção e Obras Públicas (-37,7%) e Comércio a Retalho (-37,5%). O sector da Hotelaria e Restauração baixa 37,1%, com menos 769 constituições, decrescendo de 2.071 para 1.302 novas empresas.

Por Bárbara Sousa

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