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IA poupa aos trabalhadores uma média de uma hora por dia

A utilização de Inteligência Artificial (IA) está a poupar aos trabalhadores, em média, uma hora por dia, permitindo-lhes dedicar mais tempo a tarefas criativas, a pensar de forma mais estratégica ou a alcançar um melhor equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, de acordo com um inquérito sobre como Trabalhar em Tempos de Mudança, publicado hoje.

O inquérito anual Global Workforce of the Future do Grupo Adecco, realizado a 35.000 trabalhadores em 27 das principais economias, incluindo Portugal, revelou que a poupança média de tempo para os trabalhadores que utilizam IA é de uma hora por dia, embora um quinto dos utilizadores afirme que a tecnologia lhes permite poupar até duas horas por dia. Em contrapartida, 5% dos inquiridos referem poupar entre 3 e 4 horas diárias.

 

Poupança de tempo

As poupanças de tempo parecem ser consistentes entre os diferentes sectores. Os trabalhadores nos sectores da energia, utilities e clean technology foram os que pouparam mais tempo, 75 minutos por dia, enquanto os do sector aeroespacial e de defesa foram os que apresentaram as menores poupanças, com 52 minutos por dia. Os trabalhadores na área da tecnologia pouparam, em média, 66 minutos diários, os dos serviços financeiros 57 minutos, e os da indústria transformadora 62 minutos por dia.

Denis Machuel, CEO do Grupo Adecco, afirmou que “tem existido muita especulação sobre a forma como a IA está a mudar o mundo do trabalho e é, por isso, que é extremamente emocionante ver estes primeiros sinais potenciais de melhorias de eficiência. O tempo poupado pelos trabalhadores parece estar a ser bem aproveitado e não está restrito apenas a um ou dois sectores, está generalizado a todas as indústrias. Ainda estamos no início, mas a IA parece estar a cumprir a sua promessa”.

O inquérito sugere que o tempo poupado está a ser utilizado para acrescentar mais valor, com 28% dos utilizadores a afirmarem que utilizam o tempo extra para trabalho mais criativo, 26% dizem que a IA lhes permite dedicar mais tempo ao pensamento estratégico e 27% referem que a IA os ajudou a alcançar um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. No entanto, há indícios de que o tempo poupado graças à IA nem sempre é usado de forma produtiva, com 23% dos utilizadores a afirmarem que continuam a lidar com o mesmo volume de trabalho e 21% a referirem que estão a gastar mais tempo em atividades pessoais.

Para além de avaliar o impacto da IA, o estudo revela mais insights sobre a forma como o mundo do trabalho está a mudar.

 

Adotar uma abordagem à tecnologia centrada nas pessoas

Os trabalhadores estão cada vez mais preocupados com um futuro incerto, sendo as condições económicas e a segurança no emprego as principais prioridades. Embora mais colaboradores estejam a optar por permanecer com os seus atuais empregadores, o impacto da IA na estabilidade do emprego tem sido largamente subestimado no último ano: 13% dos trabalhadores afirmaram ter perdido o seu emprego devido à IA.

Uma percentagem significativa de trabalhadores, 40%, expressa preocupações quanto à segurança do emprego a longo prazo, com 83% a afirmarem que tencionam permanecer na sua atual entidade patronal – a taxa de retenção mais elevada dos últimos três anos. No entanto, a perspetiva sobre os efeitos perturbadores da IA torna-se mais equilibrada quando se analisam outros aspetos, por exemplo, 51% dos trabalhadores concordam que as competências em IA aumentam as suas oportunidades de emprego e 46% dizem que a IA lhes deu mais oportunidades para aprenderem novas competências e progredirem nas suas carreiras.

 

Ensinar a adaptabilidade, não apenas as competências

Um grupo selecionado de colaboradores com um elevado desempenho está a ultrapassar os seus pares, em grande parte devido ao forte apoio dos seus empregadores. Para alargar este segmento da força de trabalho e desenvolver futuros líderes, as empresas devem priorizar a melhoria contínua das competências. Atualmente, apenas 11% dos trabalhadores estão preparados para o futuro, ou seja, são indivíduos que se destacam pela sua adaptabilidade, flexibilidade nos planos de carreira e abordagem proativa à aquisição de novas competências.

Dentro deste grupo de trabalhadores preparados para o futuro, o inquérito revelou que 93% recebem um plano de desenvolvimento personalizado, em comparação com 51% da força de trabalho em geral. Além disso, 95% destes trabalhadores preparados para o futuro participam em ações de formação em liderança proporcionadas pelas suas empresas, em comparação com apenas 57% da restante força de trabalho.

 

As empresas devem promover a mobilidade interna

Os trabalhadores podem estar a perder a confiança no compromisso dos seus empregadores, especialmente à medida que aumenta o desejo de uma maior mobilidade interna, enquanto menos trabalhadores optam por permanecer e melhorar as suas competências.

Atualmente, 76% dos trabalhadores acreditam que as empresas devem priorizar a formação dos colaboradores existentes para diferentes funções dentro da organização antes de contratarem externamente, um aumento de 12 pontos percentuais desde 2023. No entanto, apenas 9% planeiam permanecer nas suas empresas para serem requalificados, uma queda de 7 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

 

A saúde mental e o bem-estar

Cuidar da saúde mental dos trabalhadores deve ser uma prioridade, e as empresas devem responder às preocupações de que a IA possa favorecer determinados grupos de trabalhadores, demonstrando um compromisso com a inclusão e práticas de trabalho sustentáveis. Nos últimos 12 meses, 40% dos trabalhadores sofreram burnout, devido a excesso de trabalho, um número que sobe para 62% entre aqueles que estão preocupados com o impacto da IA e foram negativamente afetados por ela.

Menos de metade dos trabalhadores confia nas competências e conhecimentos dos seus líderes em IA (46%). Mais de três quartos valorizam a experiência humana de um recrutador (76%), que consegue ver o seu potencial para além das suas competências e experiência, um aumento face aos 64% do ano passado.

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Por Bárbara Sousa

I am a journalist and news editor with eight years of experience in
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