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FENAREG assinala 20 anos com apelo à ação: regadio é essencial para inverter défice agroalimentar

Federação defende execução urgente da Estratégia “Água que Une” e promove Jornadas sob Alto Patrocínio do Presidente da República

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A FENAREG – Federação Nacional de Regantes de Portugal celebra, a 6 de novembro, o seu 20.º aniversário com a realização das XVI Jornadas do Regadio, no LNEC, em Lisboa, sob o tema “Regadio: um olhar para o futuro” e com o Alto Patrocínio do Presidente da República. O evento pretende lançar um alerta estratégico: Portugal está a perder mais de 500 milhões de euros por ano por não investir em regadio, e a execução célere da Estratégia Nacional “Água que Une” é vista como determinante para inverter o défice agroalimentar e transformar o país num produtor excedentário.

A FENAREG lembra que o regadio é responsável por 30% do Valor de Produção Agrícola, representando mais de 2 mil milhões de euros e 147 mil empregos diretos. Atualmente, abrange 633 mil hectares, cerca de 17% da Superfície Agrícola Utilizada (SAU). Com a modernização tecnológica das últimas décadas, a eficiência no uso da água aumentou mais de 80%, garantindo maior sustentabilidade e competitividade.

Segundo a Federação, elevar a área de regadio para 20,2% do SAU, conforme previsto na Estratégia “Água que Une”, seria suficiente para reduzir o défice agroalimentar superior a 5 mil milhões de euros e colocar Portugal mais próximo do superavit, reforçando a coesão territorial e a autonomia alimentar.

O regadio é uma infraestrutura económica essencial, ao nível da energia ou dos transportes, e deve ser tratado com a mesma prioridade estratégica. Cada ano sem investir custa ao país cerca de 500 milhões de euros”, alerta José Núncio, presidente da FENAREG.

O responsável reforça ainda que a falta de investimento pode custar 4.500 euros por hectare por ano, o que, em dez anos, representa mais de 5,4 mil milhões de euros, valor superior ao investimento previsto até 2030.

Jornadas 2025: debate sobre o futuro do regadio

As XVI Jornadas do Regadio reúnem decisores políticos, especialistas e representantes do setor agrícola, num debate que abordará a Estratégia Europeia de Resiliência Hídrica, o papel da Política Agrícola Comum (PAC) na modernização do regadio e os desafios da sustentabilidade.

Entre os oradores convidados estão José Núncio, António Carmona Rodrigues (coordenador do projeto “Água que Une”), Paulo do Nascimento Cabral (eurodeputado e membro da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural) e os ex-secretários de Estado Nuno Russo, José Diogo Albuquerque e Gonçalo Rodrigues, entre outros.

Durante o evento, será também lançado o Observatório do Regadio, uma nova ferramenta de monitorização e análise de dados para apoiar políticas públicas e decisões de investimento no setor.

Água como elo estratégico entre economia e território

Portugal tem previstos mais de 10 mil milhões de euros em investimento hídrico até 2040, sendo 5 mil milhões até 2030. A FENAREG alerta que qualquer atraso na execução da Estratégia “Água que Une” compromete a modernização e a digitalização do setor, e com isso a competitividade da agricultura nacional.

A nível europeu, a Estratégia de Resiliência Hídrica prevê 15 mil milhões de euros até 2027 e um aumento de 10% na eficiência hídrica até 2030.

A água é o elo que une economia, ambiente e território. O futuro da agricultura e da segurança alimentar depende da forma como gerimos este recurso estratégico. O momento é agora”, sublinha José Núncio, acrescentando: “Sem regadio, não há agricultura moderna nem segurança alimentar”.

XVI Jornadas do Regadio – “Regadio: um olhar para o futuro”
Organização: FENAREG – Federação Nacional de Regantes de Portugal
6 de novembro de 2025
LNEC, Lisboa

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