Nem todos os consumidores portugueses parecem ter abraçado as práticas de economia circular da mesma forma, principalmente, devido a razões geracionais e a diferentes níveis de conforto financeiro, revela um estudo do Cetelem.
Com o objetivo de conhecer o nível de compromisso dos cidadãos com a economia circular na sua vida quotidiana, o Echangeur, um dos centros de investigação económica do departamento prospetivo do Cetelem – BNP Paribas Personal Finance, lança, em 2021, o Circular Economy Book, tendo por base os dados do Access Panel, plataforma que reuniu respostas de 14 mil indivíduos na Bélgica, Espanha, França e Portugal, em 2020.
O compromisso com a economia circular foi avaliado em 10 perfis de consumo, a que corresponderão os estilos de vida mais comuns em Portugal, identificados através do cruzamento de critérios sociodemográficos, como idade e número de elementos por habitação, com critérios orçamentais: rendimento líquido, restrições orçamentais, entre outros.
Perfis e a economia circular
De acordo com o estudo, nove dos 10 perfis identificados parecem envolver-se com a economia circular. Neste campeonato, e após uma análise aos diferentes indicadores, as Famílias Abastadas são as “campeãs”, com o maior grau de compromisso. Seguem-se os simpatizantes com a economia circular: Jovens Adultos Despreocupados, Casais Jovens, Famílias Estrategas e Casais Ouro de Meia-Idade. Famílias Pressionadas, Trabalhadores Solteiros, Modestos de Meia-Idade e Casais Reformados aparentam estar pouco comprometidos. A grande maioria dos Seniores Solitários não revela compromisso com economia circular.
Os perfis que se destacam pelo facto de a preocupação ambiental ser o seu principal critério de escolha de um produto (antes do preço, da facilidade de acesso, etc.) são as famílias abastadas (26%), os casais reformados (25%), os casais ouro de meia-idade (22%), os jovens trabalhadores (20%) e os trabalhadores solteiros (20%).
Todos os outros perfis parecem ter menos este tipo de cuidados na escolha/compra de um produto, sendo as famílias pressionadas (13%) e as famílias estrategas (12%) as que demonstram ter menor preocupação, provavelmente por motivos orçamentais.