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Desconfiança atinge um pico

Foto Shutterstock

De acordo com o relatório de 2025 da Edelman, prevalece um clima de insatisfação, descontentamento e sentimento de mágoa entre os cidadãos, a nível global.

O estudo “Trust Barometer 2025” aponta que seis em cada dez pessoas relatam níveis moderados e elevados de descontentamento em relação a governos, empresas e elites económicas, considerando que agem em detrimento da maioria, priorizando interesses económicos.

 

Confiança continua a ser depositada nas empresas

Não obstante, apesar do clima generalizado de descontentamento, as empresas continuam a ser as únicas capazes de recolher a confiança dos cidadãos, embora o seu índice de confiança tenha diminuído em comparação com a edição anterior do relatório.

A confiança nas organizações não governamentais (ONG) também diminui, ao passo que nos meios de comunicação social e nos governos aumentou.

Paralelamenre, as empresas são as únicas instituições que são percebidas como competentes e éticas, enquanto as ONG são vistas apenas como éticas. Por seu lado, tanto os meios de comunicação social como os governos são vistos como incompetentes e antiéticos.

A nível individual, os governantes continuam a ser os agentes que geram maior desconfiança, contrastando com os vizinhos, compatriotas, o próprio CEO, professores e cientistas.

 

Desconfiança generalizada

A crença de que as instituições mentem aos cidadãos, ou os confundem deliberadamente com falsas alegações ou exageros, cresceu significativamente nos últimos quatro anos. O maior aumento verifica-se, no entanto, entre os líderes empresariais.

A insatisfação, o descontentamento e o sentimento de mágoa derivam de vários fatores, sendo um deles a falta de otimismo, especialmente no que diz respeito ao progresso das novas gerações. Apenas 36% dos entrevistados globais acredita que estarão melhor que a atual.

A visão de um mundo desigual e injusto é outo dos motivos. De acordo com os dados da Edelman, 67% dos cidadãos acredita que as elites económicas não pagam a sua quota-parte de impostos e 65% considera que o seu egoísmo causa muitos dos problemas comuns. Isto está a conduzir à consolidação do chamado “zero-sum mindset”, uma mentalidade que concebe que o ganho de uma pessoa é a perda de outra.

O sentimento é também causado pela instabilidade económica e política, bem como pelo seu impacto no emprego, com a recessão, os conflitos comerciais internacionais e a concorrência empresarial estrangeira a serem as principais preocupações para a segurança do emprego.

O clima de tensão social também não ajuda a melhorar o sentimento dos cidadãos e 63 % tem medo de sofrer preconceito, discriminação ou racismo.

 

Recuperar a confiança

Na atual atmosfera de preocupação, medo e desconfiança, os cidadãos acreditam que as empresas devem proporcionar aos seus trabalhadores empregos bem remunerados nas suas comunidades locais, bem como formá-los e oferecer-lhes as competências necessárias para serem competitivos.

Além disso, consideram que devem fazer mais em domínios como o custo de vida, as alterações climáticas, a formação, a desinformação ou a discriminação.

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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