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Setembro continua a ser, há três anos consecutivos, o mês de eleição para subir ao altar em Portugal. No entanto, esta época de celebração está a colocar pressão sobre muitos portugueses, que sentem o peso financeiro de participar como convidados em casamentos. Segundo um inquérito recente promovido pela Revolut em colaboração com a Dynata, 57% dos portugueses admitem sentir-se pressionados a gastar mais do que desejariam quando convidados para um casamento.
O estudo indica que o principal fator para o aumento dos gastos é a pressão social imposta por familiares e amigos, razão apontada por 24% dos inquiridos. Esta pressão é particularmente sentida entre os convidados com idades entre os 35 e 44 anos (36%) e 25 a 34 anos (31%). Os convidados com mais de 65 anos são, por outro lado, os que menos cedem a estas expectativas (apenas 11%).
Para além da pressão social, o romantismo da ocasião também incentiva despesas adicionais. Um em cada quatro participantes (24%) vê o casamento como “uma oportunidade única na vida para celebrar o casal”. Este sentimento é mais comum entre os homens (28%) do que nas mulheres (19%), e diminui com a idade: 35% dos jovens entre 18 e 20 anos justificam os gastos com o simbolismo da celebração, percentagem que desce para apenas 15% entre os maiores de 65 anos.
Gastos elevados
Os presentes de casamento continuam a representar uma fatia significativa dos gastos. Quase 40% dos portugueses afirmam gastar entre 100 e 300 euros em prendas, enquanto 24% fazem um esforço maior, investindo entre 300 e 500 euros. Apesar destes custos, a maioria dos convidados (77%) revela não se arrepender de ter marcado presença no evento. Ainda assim, 18% dos inquiridos reconhece já se ter arrependido de ter ido a um casamento devido ao impacto financeiro.
O inquérito destaca ainda algumas tradições que começam a ser vistas como desatualizadas do ponto de vista financeiro. Prendas caras lideram o ranking das tradições menos ajustadas à realidade atual (31%), seguidas dos casamentos organizados no estrangeiro (20%) e festas pré-casamento fora do país (20%). Os dress codes rígidos, que exigem trajes específicos ou coordenados com o conceito visual do evento, também geram desconforto financeiro, sendo a geração entre os 45 e 54 anos a que mais critica esta prática (25%).
O desafio de gerir o orçamento
O impacto da “época alta” dos casamentos é evidente nos números revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Nos últimos três anos, setembro manteve-se como o mês mais concorrido para casamentos: 5 165 celebrações em 2022, 5 410 em 2023 e 5 037 em 2024 (ano em que agosto superou setembro por uma margem de pouco mais de 200 casamentos). No total, cerca de 37 mil casamentos foram realizados em Portugal no último ano, sinal da força desta tradição.
“Gerir o lado financeiro dos grandes momentos da vida, como os casamentos, pode ser um verdadeiro desafio, e o nosso inquérito mostra claramente que muitos portugueses sentem essa pressão”, afirma Ignacio Zunzunegui, head of growth southern Europe da Revolut.
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