in

Compra da Mead Johnson pela Danone retiraria liderança à Nestlé na alimentação para bebés

As ações da empresa norte-americana Mead Johnson dispararam 11% em Bolsa após os rumores de uma possível oferta de compra por parte da Danone.

Apesar da multinacional francesa não ter feito qualquer comentário a este respeito, os rumores não são novos e desde 2009 que a Sabadell contempla esta aquisição, que iria de encontro à estratégia da Danone possibilitando-lhe uma nova alternativa de crescimento.

Também o Citi considera que a valorização dos títulos da Mead Johnson é um indicador de um renovado interesse na operação. David Driscol, analista do banco, caracteriza de lógica esta aquisição de um ponto de vista estratégico. “Por ventura, o plano de melhoria desta empresa na China, onde tem atualmente 9% de quota de mercado, também motivou a fazer este movimento antes que a Mead volte a fortalecer-se neste importante mercado”, onde a Danone tem uma quota de 8% nas fórmulas para lactentes.

 

Complementariedade

Segundo o Citi, os produtos da Mead Johnson são complementares aos da Danone. A concretizar-se o negócio, a Danone alcançaria vendas no valor de 12.187 milhões de euros, injetados os 6.491 milhões de euros da Mead Johnson, ultrapassando os 10.246 milhões de euros da Nestlé. A sua quota de mercado conjunta ascenderia a 26% a nível mundial e 35% na Europa.

Não obstante, a Sabadell alerta que, dada a relevância da operação, com a Mead Johnson avaliada em 14.200 milhões de euros, 34% do valor da Danone, caso se concretize, não é de descartar que seja acompanhada de algum desinvestimento importante por parte da multinacional francesa. Fala-se de uma possível venda da divisão de nutrição médica, por três mil milhões de euros.

Danone e Nestlé que marcam as tendências no mercado nacional de alimentação infantil, cuja evolução tem decorrido a par dos indicadores sociodemográficos. À redução dos nascimentos, inibidora do crescimento das vendas, a indústria tem respondido com a oferta de mais produtos, com maior valor acrescentado.

 

Recuperação da natalidade

Em 2015, a recuperação da natalidade permitiu inverter as tendências negativas dos últimos anos. Como um todo, a categoria da alimentação infantil beneficiou da recuperação da natalidade no primeiro semestre de 2015 e, ao fecho do ano, estava a crescer face ao exercício anterior. As vendas de leite para lactentes cresceram 17% em volume e 14% em valor, com o mercado a faturar 16,7 milhões de euros. Já a alimentação complementar apresentou um crescimento mais modesto, impulsionado pelas frutas e sobremesas. De acordo com os dados da Nielsen, nas farinhas, as tendências são negativas. Em unidades, as vendas caíram 6% e em valor 7% para os 44,8 milhões de euros. Análise que pode ler na edição n.º 37 da Grande Consumo, já disponível online e a chegar brevemente a si em suporte papel.

Coca Cola Iberian Partners e AHRESP divulgam a gastronomia portuguesa

Sony Mobile lança loja online em Portugal