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Cibersegurança e lucros cessantes entre os maiores riscos para 2023

Este ano apresenta tanto estabilidade quanto mudança no Barómetro de Riscos Allianz 2023. Incidentes cibernéticos e lucros cessantes classificam-se como as maiores preocupações para as companhias, pelo segundo ano consecutivo (ambos com 34% das respostas). Entretanto, são os desenvolvimentos macroeconómicos, como, por exemplo, a inflação, a volatilidade dos mercados financeiros e uma recessão iminente, bem como o impacto da crise energética, os riscos com maior subida na lista deste ano, à medida que as consequências económicas e políticas de um mundo pós-Covid e da guerra da Ucrânia se instalam.

Tais preocupações urgentes exigem uma ação imediata das empresas, explicando porque tanto as catástrofes naturais quanto as mudanças climáticas caíram no ranking, assim como o surto pandémico, uma vez que as vacinas trouxeram um fim aos bloqueios e restrições. Os riscos e a violência política são outra nova entrada no top 10 global, enquanto a escassez de mão-de-obra qualificada sobe para o oitavo lugar.

“Pelo segundo ano consecutivo, o Barómetro de Riscos Allianz mostra que as empresas estão mais preocupadas com o aumento dos riscos cibernéticos e a interrupção nos negócios. Ao mesmo tempo, veem a inflação, uma recessão iminente e a crise energética como ameaças imediatas aos seus negócios. As empresas – na Europa e nos Estados Unidos da América, em particular – preocupam-se com a atual ‘permacrise’ resultante das consequências da pandemia e do impacto económico e político da guerra na Ucrânia. É um teste para a resiliência de cada empresa”, afirma o CEO da AGCS, Joachim Mueller.

 

Ciberameaças continuam a crescer em Espanha

O ponto comum das classificações espanhola e portuguesa, e a tendência global, é a ameaça contínua de incidentes cibernéticos. Em primeiro lugar, em ambos os países (50% das respostas em Espanha e 59% em Portugal), este tipo de risco tem como principal causa identificada no relatório a violação de dados (53% das respostas totais), seguindo-se os ataques de ransomware.

De acordo com um estudo da empresa de privacidade e segurança cibernética Surfshark, no terceiro trimestre de 2022, Espanha foi o quinto país com mais violações de dados do mundo, com quase quatro milhões de utilizadores com dados violados em apenas três meses. Portugal ficou em nono lugar. No total, o relatório constatou que 108,9 milhões de contas foram violadas no período, em todo o mundo, um aumento de 70% em relação ao trimestre anterior.

 

E em Portugal…

Ao contrário do ranking espanhol, que aponta para os riscos mais tradicionais da indústria, os três principais riscos que ameaçam as empresas em Portugal têm uma maior relação com a atual conjuntura mundial. Para 44%, os desenvolvimentos macroeconómicos, como a inflação, são o segundo motivo mais preocupante para as empresas. Esse risco subiu quatro posições em relação ao ranking do ano passado. Segundo a Allianz Research, a situação atual é caracterizada por uma peculiaridade: as três grandes regiões económicas mundiais – Estados Unidos, China e Europa – estão em crise ao mesmo tempo, embora por motivos diferentes.

Fechando o top 3, está a crise energética, com 36%. Este é um novo risco no barómetro, que entrou este ano devido à guerra na Ucrânia e ao seu impacto direto no abastecimento de energia de grande parte da Europa. A crise de energia figura entre os 10 maiores riscos, pela primeira vez, enquanto o mundo enfrenta custos crescentes com o combustível, interrupções no fornecimento, inflação e os efeitos da invasão da Ucrânia pela Rússia.

 

Sobe e desce dos riscos

A crise energética teve a maior subida no Barómetro de Riscos Allianz, aparecendo, pela primeira vez, em quarto lugar (22%). Algumas indústrias, tais como química, fertilizantes, vidro e fabrico de alumínio, podem depender de uma única fonte de energia – o gás russo, no caso de muitos países europeus – e, portanto, são vulneráveis à interrupção do fornecimento de energia ou ao aumento de preços.

Os riscos e violência política são uma nova entrada no top 10 (13%). Além da guerra, as empresas também estão preocupadas com a crescente perturbação causada por greves, motins e atividades de tumulto civil, à medida que a crise do custo de vida se agrava em muitos países.

Apesar da queda no ranking, as catástrofes naturais (19%) e as mudanças climáticas (17%) continuam a ser grandes preocupações para as empresas. Num ano que incluiu o furacão Ian, uma das tempestades mais violentas registadas nos Estados Unidos da América, ondas de calor que bateram recordes, secas e tempestades de inverno em todo o mundo, e mais de 100 mil milhões de dólares de perdas seguradas, ainda estão entre os sete maiores riscos globais.

Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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