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Num verão marcado por temperaturas recorde e picos históricos no consumo de eletricidade, as famílias portuguesas enfrentam o duplo desafio de manter o conforto em casa e controlar a fatura energética. Entre janeiro e junho de 2025, segundo dados da REN, o consumo de eletricidade em Portugal atingiu o máximo semestral de 26.229 GWh, ultrapassando em 240 GWh o recorde anterior de 2010. Só em junho, o aumento do consumo foi de 4,4 % face ao mesmo mês do ano passado (3,1 % considerando as correções sazonais), reflexo direto das ondes de calor sucessivas.
No mesmo mês, Portugal continental registou uma temperatura inédita de 46,6 °C, o valor mais elevado alguma vez registado em junho. Este cenário não é exclusivo do território nacional: Espanha, França e Alemanha também assistiram a aumentos do consumo elétrico entre 6 % e 14 %, com preços superiores a 400 €/MWh em horários de maior procura, especialmente ao final da tarde.
Diante deste novo paradigma climático e energético, torna-se premente adotar práticas que promovam a resiliência das casas portuguesas face às ondas de calor e ao aumento dos custos da energia. A Otovo, empresa especialista em energia solar, compilou um guia prático com medidas acessíveis para todas as famílias, ajudando-as a reduzir o consumo, melhorar a eficiência e adaptar rotinas para um verão mais sustentável.
6 passos práticos para tornar a sua casa mais eficiente e poupar energia
- Pré-arrefecer a casa durante as horas de sol
Ligar os sistemas de refrigeração no início da tarde, quando a energia solar está mais disponível e os custos de eletricidade são normalmente mais baixos. Isso permite que a casa retenha o ar fresco até ao fim da tarde, quando os preços são mais altos e a rede está mais sobrecarregada. Um Sistema de Gestão de Energia Doméstica (SGE) pode automatizar esse processo com base na produção solar e nas previsões de preços locais.
- Concentrar o uso de eletrodomésticos no meio do dia
Eletrodomésticos de alto consumo devem ser ligados durante as horas de pico da luz do dia. Isso reduz a carga de pico na rede elétrica e evita tarifas mais altas à noite. De acordo com os dados da Otovo, os sete eletrodomésticos com maior consumo de energia doméstica são o frigorífico (aproximadamente 662 kWh/ano), o congelador (aproximadamente 563 kWh/ano), a televisão (aproximadamente 263 kWh/ano), a máquina de lavar roupa (aproximadamente 255 kWh/ano), o forno (aproximadamente 246 kWh/ano), a máquina de lavar louça (aproximadamente 246 kWh/ano) e a máquina de secar roupa (aproximadamente 231 kWh/ano). Muitos aparelhos modernos incluem temporizadores ou podem ser integrados com sistemas domésticos inteligentes para simplificar este ajuste.
- Use a energia armazenada à noite
Quando há baterias disponíveis, armazenar eletricidade durante o dia e usá-la à noite ajuda a reduzir a exposição a preços voláteis e melhora o autoconsumo de energia solar. Isso é particularmente útil durante ondas de calor, quando a demanda aumenta após o pôr do sol.
- Use persianas, sombreamento e isolamento estrategicamente
Evitar o superaquecimento interno pode reduzir a necessidade de refrigeração mecânica. Fechar as persianas durante o dia, usar película refletiva nas janelas ou garantir um isolamento adequado ajuda a manter uma temperatura interna estável com menos uso de energia.
- Monitorize os preços e o consumo com um SGE
A monitorização em tempo real dos preços locais da eletricidade e do consumo de energia doméstico permite tomar melhores decisões sobre quando e como utilizar a energia. Um SGE também pode fornecer alertas durante ondas de calor ou picos de procura, ajudando as famílias a planear em conformidade.
- Minimizar o consumo em stand by
Desligar dispositivos não utilizados, especialmente durante períodos de pico de preços, ajuda a reduzir o consumo total. Mesmo pequenas reduções tornam-se relevantes durante eventos de calor prolongados, quando os preços da eletricidade podem subir inesperadamente.
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