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A conceção do espaço mudou radicalmente. Durante décadas, a gestão de propriedades centrou-se em assegurar a manutenção dos ativos, supervisionar os contratos e maximizar a rentabilidade por metro quadrado. Atualmente, esta abordagem já não é suficiente. O ativo já não é apenas o edifício, é também uma experiência para aqueles que usufruem do mesmo, ou que o gerem. É a comunidade que o rodeia.
Neste novo paradigma, a tecnologia desempenha um papel decisivo. A transformação digital no sector imobiliário não tem apenas a ver com eficiência, automatização ou redução de custos. Trata-se, essencialmente, de uma nova forma de pensar os espaços. A gestão inteligente e digitalizada permite-nos não só otimizar os processos internos, mas também elevar a experiência dos utilizadores e inquilinos a um novo patamar, para melhor responder às suas necessidades.
Ascensão do e-commerce
A ascensão do e-commerce obrigou os espaços físicos a reinventarem-se, de forma a oferecer algo que o ecrã não pode replicar: proximidade, sensorialidade e comunidade. Os centros comerciais e os pontos de venda têm de se tornar locais que criem valor acrescentado para os consumidores. E essa criação de valor depende muito da qualidade dos serviços, da personalização da experiência e da capacidade de gerar laços que perdurem no tempo.
A tecnologia deixou de ser um acessório e passou a ser uma peça estratégica. Permite a integração de serviços como a gestão de incidentes, a reserva de espaços comuns, o acesso a eventos, o controlo de acessos ou a participação em promoções locais. Para além da funcionalidade, é importante destacar a forma como estas ferramentas permitem a criação de uma comunidade em torno dos espaços – uma comunidade concebida como uma entidade viva, ativa e conectada que se sente parte do ambiente que habita ou visita.
Gestão mais sustentável
A digitalização abre a porta a uma gestão mais sustentável. Os gestores podem monitorizar o consumo, os resíduos, a pegada energética ou o comportamento de utilização, podendo assim tomar decisões que tem como base os critérios ESG. Por outro lado, existem no mercado ferramentas que otimizam a manutenção e que ajudam a digitalizar o acompanhamento das tarefas periódicas, de modo a melhorar o controlo e a tomar melhores decisões.
O retalho, com o seu fluxo constante de utilizadores e a sua necessidade de oferecer experiências diferenciadas, torna-se assim o laboratório perfeito para estas soluções. A gestão conectada permite adaptar-se melhor aos picos de atividade, medir o impacto das campanhas e dos eventos e oferecer vantagens exclusivas que fidelizam os visitantes, fornecendo aos operadores uma visão de 360º do que se passa nos seus ativos.
Gestor imobiliário: mais do que um mero supervisor técnico
Através das novas formas de gestão, o gestor imobiliário já não é um mero supervisor técnico, é também um facilitador de experiências, representando alguém que compreende a evolução das necessidades dos utilizadores, que antecipa os problemas antes que estes ocorram e que utiliza a tecnologia para construir relações mais fortes e espaços mais valiosos.
Embora existam múltiplas soluções no mercado, o verdadeiro valor reside nas ferramentas que foram concebidas com um profundo conhecimento dos desafios e oportunidades da gestão de ativos.
A tecnologia, quando aplicada com inteligência e foco no utilizador, pode tornar-se um aliado fundamental para modernizar a gestão de propriedades sem perder de vista o mais importante: as pessoas que dão vida a cada espaço.
