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A Black Friday voltou a impulsionar as vendas de Tecnologia e Bens Duráveis em Portugal. Na 48.ª semana de 2025, o mercado cresceu 71% face à semana anterior, segundo a análise da GfK Market Intelligence: Sales Tracking. O resultado confirma “a força desta campanha no calendário comercial, embora a comparação com 2024 revele uma ligeira descida de 3%, após o crescimento excecional registado no ano passado”. Apesar deste desempenho expressivo, a comparação anual revela um abrandamento: face à Black Friday de 2024, a variação foi de -3%, após quatro anos consecutivos de crescimento (6% em 2021, 7% em 2022, 1% em 2023 e 17% em 2024).
Este desempenho surge num momento em que muitos consumidores enfrentam orçamentos mais apertados. O poder de compra mantém-se abaixo da média europeia, apesar da recuperação identificada pela GfK nos estudos mais recentes. A pressão do custo de vida continua elevada, mas o retalho tem mostrado resiliência e capacidade de adaptação, com Portugal a revelar níveis de despesa superiores à média europeia em vários segmentos.
Proximidade da quadra natalícia
A aproximação do Natal teve um papel determinante na evolução desta semana promocional. Muitas famílias anteciparam compras, sobretudo de produtos tecnológicos de maior valor, e procuraram preços mais vantajosos. Essa estratégia marcou os últimos anos e reforçou a importância da Black Friday como momento central no planeamento financeiro das famílias.
Para António Salvador, diretor-geral da GfK Portugal, esta antecipação está cada vez mais presente nas decisões de compra. “A Black Friday continua a assumir um papel determinante na dinâmica do retalho tecnológico em Portugal. Num contexto económico exigente, os consumidores portugueses demonstram uma grande capacidade de planear e otimizar as suas decisões de compra. Este período tornou-se essencial para equilibrar o orçamento familiar antes do Natal e já se encontra profundamente enraizado nos hábitos de consumo nacionais”, afirma.
Online reforça importância
O canal online reforçou o seu peso na semana da Black Friday. Representou 31% das vendas, acima dos 28% registados na semana anterior e também acima do valor observado no mesmo período de 2024. As lojas físicas mantiveram, ainda assim, a maioria das transações, apoiadas pela experiência presencial e pela necessidade de aconselhamento técnico.
Algumas categorias destacaram-se de forma clara. Os computadores fixos cresceram 17% face à campanha do ano anterior, seguidas pelas máquinas de lavar roupa, com um aumento de 8%. Os e-boards subiram 6%, o mesmo que as câmaras digitais e as tv’s avançaram 2%. Este comportamento refletiu “tanto a antecipação das compras de Natal como a necessidade de renovar equipamentos domésticos, num período em que as promoções exercem influência decisiva sobre as escolhas dos consumidores”.
A tendência de concentração das vendas em períodos promocionais mantém-se firme. Já representa uma parte significativa de todas as compras anuais de tecnologia e bens duráveis e reforça novembro como o pico comercial do setor, tendência partilhada com vários mercados europeus.
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