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“A reciclagem já não responde ao modelo económico em que vivemos”

O director geral do Electrão – Associação de Gestão de Resíduos, Pedro Nazareth, defendeu esta quinta-feira, num evento sobre Economia Circular e Sustentabilidade, que a reciclagem já não responde ao modelo económico que vivemos.

Precisamos de uma participação muito mais activa de outros intervenientes do ciclo de vida dos produtos, quer para estender o respectivo período de vida útil durante a fase de consumo, quer para prevenir o consumo e, consequentemente, a produção de resíduos”, sublinhou durante a conversa digital, organizada pela GS1 Portugal.

Nos últimos anos têm surgido múltiplos conceitos, com o intuito de mitigar o impacto ambiental da actividade humana no planeta, mas a economia circular “é o primeiro a dizer-nos que com a economia circular já não vamos lá”, frisou.

Pedro Nazareth lembrou que ao longo do tempo têm sido adoptados diversos conceitos e abordagens para exprimir a ideia chave de que é necessário promover a protecção ambiental e humana. “Recordo-me bem de conceitos como a eco-eficiência, o desenvolvimento sustentável e sustentabilidade e a economia verde…”.

Só o conceito de Economia Circular trouxe a ideia clara de que reciclar não chega. “Pode dizer-se que o conceito de economia circular reequilibrou ao longo do ciclo de vida a responsabilidade pela circularidade dos recursos entre as empresas produtoras e das cadeias de distribuição, o consumidor e as empresas de reciclagem e da gestão de fim de vida. E por isso hoje falamos como nunca em novos modelos de negócio, servitização de produto, reutilização, reparação ou remanufactura”, exemplifica.

O Electrão, sublinhou Pedro Nazareth, faz parte do grupo de empresas de reciclagem e da gestão de fim de vida, sendo responsável por três dos principais sistemas de recolha e reciclagem de resíduos em Portugal: equipamentos eléctricos usados, pilhas usadas e embalagens usadas.

Electrão

A primeira grande responsabilidade do Electrão, na gestão de ciclo de vida, é eminentemente operacional: assegurar a recolha, triagem e reciclagem destes resíduos.

Intrínseca à responsabilidade operacional existe uma segunda grande responsabilidade de participação que é financeira. “Estas cadeias de valor reversas – ou seja, levar os produtos e embalagens que consumimos para a reciclagem – são deficitárias do ponto de vista económico. Em média o valor contido nos materiais que reciclamos não é suficiente para financiar toda a operação a montante de recolha, triagem, armazenamento e tratamento”, enfatizou Pedro Nazareth. Neste âmbito o Electrão assegura uma aplicação competitiva, concorrencial e justa dos recursos financeiros cobrados às empresas e aos consumidores para as operações de fim de vida da recolha e da reciclagem destes resíduos.

O terceiro nível de responsabilidade na implementação da economia circular prende-se com a promoção das alterações de comportamento dos diferentes agentes da cadeira de valor.

“Inicialmente as acções cingiam-se à mobilização dos cidadãos e empresas para a correcta separação e encaminhamento dos seus resíduos. O Electrão tem um passado diverso em iniciativas desta natureza, das quais destaco o projecto Transformar, que desenvolvemos recentemente com o LIDL, dirigido à sensibilização para a reciclagem de embalagens de plástico nas praias. Isto além de inúmeras edições de campanhas, como a Escola Electrão ou Quartel Electrão, que colocam estas comunidades a separar e a recolher equipamentos eléctricos e pilhas usadas”, exemplificou.

Alteração de comportamentos

Hoje, destaca, o espaço da promoção da alteração de comportamentos é muito maior do que a separação e correcto encaminhamento de resíduos, abarcando também o capítulo da concepção ecológica de produtos, alterações de hábitos de consumo, reutilização, entre outros, não só dirigidos ao consumidor, mas também aos produtores, às cadeias de fornecimento, aos reparadores e centros de assistência técnica.

“Hoje mais do que sensibilizar cidadãos estamos a interagir muito com as empresas, em particular com as empresas nossas aderentes, mais de duas mil empresas, no sentido de uma maior incorporação de materiais reciclados ou uma maior reciclabilidade dos seus produtos e embalagens, implicando isto custos menores com a gestão de fim de vida, face aos seus concorrentes menos comprometidos”, resume.

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