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81% dos empregadores de Logística e Transportes acreditam que a IA vai transformar os perfis profissionais

Conclusões do novo estudo do ManpowerGroup e da APLOG

Logística e Transportes IA

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Num cenário de transformação digital, com consumidores cada vez mais exigentes e cadeias logísticas sob crescente pressão, o setor da Logística e dos Transportes tem vindo a sentir uma crescente necessidade de adaptação e reatividade. Surgem, assim, novas prioridades e desafios para as empresas deste setor, que devem delinear estratégias para conseguir atrair e fidelizar talento, respondendo às exigências de um mercado em constante evolução.

Face a esta realidade, o ManpowerGroup, juntamente com a Associação Portuguesa de Logística (APLOG), divulga o estudo “Desafios de Talento em Logística e Transportes”, que explora os principais desafios e prioridades do setor, bem como quais as melhores estratégias para atrair, desenvolver e fidelizar os melhores profissionais.

 

Principais prioridades dos empregadores

Na análise das principais prioridades e desafios para o futuro do setor da Logística e Transportes, a transformação digital surge no topo da agenda dos líderes deste setor, com quase 60% a destacá-la como muito relevante. Segue-se a aposta na formação e desenvolvimento do talento, mencionada por cerca de 55% das organizações, bem como a segurança e cibersegurança, destacadas por 50%.

Analisando de forma agregada as respostas que valorizaram as prioridades como relevantes ou muito relevantes, destacam-se igualmente como significativas, para os empresários da logística e transportes, a necessidade de atuar com crescente agilidade e flexibilidade, em resposta à volatilidade do mercado, bem como a procura de eficiências e otimização de custos, tendo sido referidas por 95% e 97% das empresas, respetivamente.

No que toca aos principais desafios na gestão do talento, a escassez e competitividade pelo talento releva-se o mais agudo, sendo referido por 66% das empresas do setor como sendo muito relevante, e por 98% como relevante ou muito relevante, valor que se agrava em 9 pontos percentuais face ao ano passado. Na mesma linha, também a fidelização do talento surge como uma preocupação crítica, sendo mencionada por 48% das empresas como muito relevante.

O efeito da transformação digital é também uma realidade neste setor, com a atualização de competências face à digitalização a surgir como o segundo principal desafio das empresas do setor, com 95% a considerá-lo relevante ou muito relevante. Inversamente, e apesar da crescente consciencialização ambiental, a atualização de competências face à transição energética e à sustentabilidade das operações é ainda pouco referida pelos empregadores do setor, com apenas 17% a considerarem-na um desafio muito relevante.

 

Aumento das contratações

Apesar do cenário de escassez de talento e da situação macroeconómica e geopolítica global, mais de metade dos empregadores do setor (57%) planeia aumentar as suas equipas no próximo ano, com apenas 3% a anteverem reduzir o seu número atual de trabalhadores e 28% a pretenderem manter.

Relativamente aos perfis mais procurados pelos empregadores, regista-se um foco crescente em perfis de apoio à transformação digital, bem como especializados em áreas operacionais. Os operadores de armazém e picking surgem como a posição com maior procura, sendo destacada por 47% dos empregadores. Seguem-se os condutores de máquinas de armazém (29%), também com elevada procura e desafios na atração de talento devido ao elevado grau de especialização exigido, bem como os condutores de veículos pesados (24%), igualmente difíceis de contratar devido às condições de trabalho, necessidade de carta de condução de veículos pesados e também de mobilidade geográfica.

Paralelamente, e fruto da transformação digital, é especialmente notável o aumento da procura por profissionais com competências de business intelligence e data analytics, cujas intenções de contratação passaram de 7%, em 2023, para 29%, em 2025. Ao mesmo tempo, também os perfis de técnico de cibersegurança ganham mais relevância, com uma procura de 14%.

Finalmente, existe ainda uma procura significativa, em todo o setor, por quadros médios com conhecimentos operacionais e com experiência nas áreas de armazenagem, tráfego, operações e logística. Destacam-se, assim, responsáveis de logística (31%), analistas de logística (22%), engenheiros de projetos logísticos (16%) e chefes de tráfego (16%).

 

IA e novas tecnologias

Quando questionados sobre o impacto da IA e das novas tecnologias no emprego do setor, a maioria dos inquiridos apresentaram uma visão positiva. A maioria (81%) associam-nas à transformação das funções, com apenas 9% a aliarem esta transformação à destruição de emprego, e um número idêntico a considerar que irá promover a criação de novas posições (9%). Face a este cenário, é fundamental que as empresas do setor apostem em programas de upskill e reskill, que lhes permitam capacitar o talento atual, promovendo a sua transição para novas funções e a manutenção da sua empregabilidade futura.

Analisando a aposta das organizações no reforço das suas estruturas para capitalizarem os benefícios da IA, destacam-se os perfis especializados em data analytics (61%), business intelligence (59%), inteligência artificial e machine learning (49%), bem como com competências em internet of things (IoT) e data tracking (35%) e cibersegurança (29%).

 

Escassez de talento

Fatores endógenos ao setor são alguns dos principais motivos que dificultam a contratação de talento. Como principal desafio destacam-se as condições de trabalho, mencionadas por 55% das empresas. Segue-se a falta de formação especializada (45%) e a falta experiência (43%), que dificultam o acesso ao talento de que as empresas necessitam. Ainda entre as principais causas da escassez encontram-se a necessidade de mobilidade geográfica e a imagem pouco atrativa do setor, ambos com 33%.

No que toca à procura por perfis tecnológicos, em específico, este desafio é acentuado pela forte competitividade entre setores, num momento em que outras indústrias dispõem, muitas vezes, de uma imagem mais atrativa e uma proposta de valor mais alinhada com as expectativas destes profissionais, que procuram evolução contínua e exposição a novas tecnologias.

Na resposta aos desafios de atração de talento, os empregadores destacam o aumento dos salários e a capacitação do talento através de ações de upskilling e reskilling, ambos referidos por 38% dos inquiridos. Seguem-se, ainda, o recurso ao trabalho temporário e a maior flexibilidade de horários, ambos mencionados por 18%. Destaque ainda para a automação para reduzir as necessidades, cujo impacto neste setor é crescente, sendo já destacada por 15% dos empregadores.

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Por Bárbara Sousa

I am a journalist and news editor with eight years of experience in
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