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Os retail parks britânicos estão a afirmar-se como o formato de retalho de maior crescimento no Reino Unido, devendo atingir um valor de quase 64 mil milhões de libras em 2029. O mais recente relatório da GlobalData conclui que este será o local de compras com expansão mais rápida nos próximos cinco anos – com um aumento previsto de 13,7% no gasto dos consumidores entre 2024 e 2029 – impulsionado pela presença de operadores de valor, oferta essencial e maior procura por serviços complementares como ginásios, cafetarias e restauração.
O estudo “Retail Location Series: UK Retail Parks, 2024-2029” revela que, já em 2025, o crescimento dos retail parks deverá atingir 2,8%, ultrapassando os 2,0% previstos para o retalho offline no geral. A combinação de retalhistas de valor, estacionamento gratuito, opções de conveniência alimentar e atividades familiares está a tornar estes espaços especialmente atrativos para um consumidor cada vez mais pressionado pela inflação.
Valor e conveniência determinam escolhas dos consumidores
Segundo Zoe Mills, Lead Retail Analyst da GlobalData, a inflação CPI de 3,8% em outubro de 2025 está a orientar as decisões de compra para a acessibilidade e necessidades básicas. Este contexto beneficia diretamente o segmento alimentar e de mercearia, que deverá crescer 20,9% nos retail parks até 2029, reforçando o papel dos retalhistas de valor – como Aldi e Lidl – como âncoras essenciais.
Estes operadores mantêm um desempenho sólido mesmo em períodos económicos mais frágeis, funcionando como motores de tráfego constante. A GlobalData conclui que posicionar retail parks em torno de mercearias de valor garante fluxos regulares de visitantes, beneficiando todos os lojistas adjacentes, incluindo restauração e serviços.
Saúde e beleza: o próximo grande motor de crescimento
Para além da alimentação, o sector de saúde e beleza surge como um dos grandes beneficiários da expansão dos retail parks. A sua quota neste formato deverá aumentar para 8,9% até 2029, com um crescimento previsto de 16,9%, atingindo 5,7 mil milhões de libras.
Retalhistas como Boots e Superdrug estão já a apostar na abertura ou expansão de lojas em retail parks, tirando partido dos espaços de maior dimensão para disponibilizar gamas mais amplas, marcas emergentes e serviços de aconselhamento ou bem-estar.
Num contexto em que o tempo médio de permanência nos retail parks aumenta – com mais consumidores a permanecer 2 a 4 horas nestas localizações – o potencial de vendas por visita é significativamente maior. Os shoppers têm mais disponibilidade para explorar, experimentar e usufruir dos serviços oferecidos.
A GlobalData sublinha que os retail parks evoluíram de espaços funcionais para destinos híbridos de compras, serviços e lazer. O seu futuro crescimento dependerá da capacidade dos operadores e das empresas de gestão imobiliária em:
- Reforçar formatos de loja e experiências no ponto de venda
- Integrar serviços complementares como restauração, saúde, beleza e bem-estar
- Criar ambientes confortáveis e convenientes que incentivem estadias mais longas
- Manter o foco em valor, face às pressões económicas que continuam a moldar o comportamento do consumidor
Para Mills, a mensagem é clara: “os consumidores estão a permanecer mais tempo nos retail parks e a utilizá-los para muito mais do que compras rápidas. Os retalhistas que investirem nestes formatos – especialmente nos sectores de mercearia, saúde e beleza – estarão melhor posicionados para captar este crescimento consistente”.
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