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O grupo Ingka, detentor da marca IKEA, reportou um aumento do lucro anual, apesar de uma ligeira descida nas receitas, refletindo o impacto da inflação, das dificuldades nas cadeias de abastecimento e da pressão sobre o custo de vida.
O grupo e as suas três áreas de negócio – IKEA Retail, Ingka Investments e Ingka Centres – reportou um volume de negócios de 41,45 mil milhões de euros, no exercício fiscal terminado a 31 de agosto de 2025, uma redução de 0,9% face ao ano anterior (41,85 mil milhões). Contudo, as quantidades vendidas aumentaram 1,6%, as visitas às lojas subiram 1,3% e as visitas online cresceram 4,6%, evidenciando o efeito da estratégia de manter preços baixos para atrair consumidores com menor poder de compra.
O lucro operacional ascendeu a 1,46 mil milhões de euros, acima dos 1,25 mil milhões registados em 2024, enquanto o lucro líquido duplicou para 1,41 mil milhões de euros (face a 0,81 mil milhões no exercício anterior).
Impacto das tarifas nos EUA
Apesar de uma política geral de redução de preços, a Ingka foi forçada a aumentar alguns preços nos EUA devido às tarifas sobre produtos importados da Europa e da China, reporta a Reuters. Ainda assim, a empresa diz ter absorvido parte desses custos, aumentando preços menos do que os concorrentes. O mercado norte-americano representou 12,6% das vendas totais da Ingka no último exercício.
Investimento e sustentabilidade
Durante o ano, a empresa investiu 3,4 mil milhões de euros em expansão e sustentabilidade, incluindo novas lojas urbanas em Deli, Londres e Paris, exploração florestal responsável e projetos de economia circular, como a reciclagem de colchões e plásticos.
A Ingka também alargou o investimento em energias renováveis, com novos parques solares nos Países Baixos e na Polónia, e concluiu a aquisição total do Ikano Bank, visando integrar serviços financeiros que apoiem a acessibilidade dos produtos IKEA.
Resultados por áreas de negócio
Embora a IKEA Retail tenha registado vendas de 39 mil milhões de euros, uma diminuição de –1,6% em comparação com o ano passado (39,6 mil milhões de euros no ano fiscal de 2024), vendeu mais quantidades, um aumento de 1,6%. O ano trouxe novas lojas e novas formas de combinar compras online e nas lojas, desde o mercado IKEA Pre-owned até uma loja de uso misto digitalmente integrada na IKEA Shanghai Linkong.
A Ingka Centres apresentou um forte desempenho, particularmente na Europa e na China, apoiada por medidas estratégicas como a abertura do Livat Shanghai, a aquisição do Pasing Arcaden, um importante centro comercial em Munique, o lançamento da Livli como uma nova marca de consumo europeia e o anúncio do desenvolvimento do Lykli Noida na Índia. O número de visitas aos locais de encontro atingiu 320 milhões, um aumento de 18% em relação ao ano anterior.
A Ingka Investments, que desempenha um papel importante no apoio às ambições de crescimento e sustentabilidade a longo prazo do Ingka Group, investiu e comprometeu 4,3 mil milhões de euros em energia renovável fora do local até à data, como parte de um programa de 7,5 mil milhões de euros até 2030. No ano fiscal de 2025, avançou com a sua agenda de circularidade, como a recuperação de colchões e plásticos através da RetourMatras em França e da Re-mall na China.
Em fevereiro de 2025, a empresa publicou o seu Plano de Transição para Emissões Net Zero, com o objetivo de reduzir em 50% as emissões absolutas até 2030 e em 90% até 2050.




