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Portugueses perdem centenas de euros atrás das promoções da Black Friday

Estudo da Revolut alerta para aumento de fraudes online e excesso de confiança entre os consumidores

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À medida que a febre da Black Friday se aproxima, cresce também o risco de cair em armadilhas digitais. Um novo estudo da Revolut, em parceria com a Dynata, revela que muitos portugueses se deixam levar pelo entusiasmo das promoções, mas nem sempre pela prudência. E o resultado pode sair caro.

Apenas 13% dos consumidores nacionais dizem sentir-se “muito confiantes” na sua capacidade de identificar sites falsos ou ofertas fraudulentas, enquanto 41% da Geração X admite “não se sentir muito confiante” ou “nada confiante” para reconhecer esquemas online.

E se confiança é bom, proteção é melhor – algo que 1 em cada 5 jovens da Geração Z aprendeu da pior forma. Segundo o estudo, 21% dos jovens portugueses entre os 18 e os 24 anos já foram vítimas de fraudes online, perdendo entre 500 e mil euros ao tentarem aproveitar promoções demasiado tentadoras.

Entre os consumidores mais velhos, as perdas podem ser ainda mais pesadas: 22% da Geração X afirma ter perdido mais de mil euros em burlas digitais.

Os dados mostram que, embora os portugueses estejam mais conscientes das burlas, a confiança ainda não é suficiente. Os burlões estão cada vez mais eficazes a fazerem-se passar por marcas de confiança”, alerta Woody Malouf, Head of Financial Crime da Revolut. “A melhor defesa é a cautela: se parece bom demais para ser verdade, provavelmente é”.

Mais cuidados, mas ainda poucas defesas

Apesar dos alertas, o estudo mostra que 57% dos portugueses já adotam práticas seguras, como comprar apenas em sites ou aplicações de confiança, 40% usam cartões virtuais ou de utilização única, e 38% evitam clicar em links suspeitos.

Contudo, 12% dos consumidores ainda não tomam qualquer precaução, com destaque para 16% da Geração Z, que admite fazer compras online sem qualquer cuidado.

Quando procuram promoções, os portugueses dividem-se entre a tradição e o impulso: 36% confiam nos sites oficiais dos retalhistas, enquanto 16% deixam-se levar por anúncios nas redes sociais e 15% por promoções recebidas por e-mail. Os mais jovens são os mais vulneráveis ao marketing digital – 33% da Geração Z confia em anúncios no Instagram, TikTok ou Facebook -, enquanto Boomers (40%) e Geração X (44%) preferem navegar diretamente em sites conhecidos.

Os influenciadores, curiosamente, têm um impacto limitado nas decisões de compra: apenas 6% dos consumidores dizem confiar nas suas recomendações para encontrar descontos.

Black Friday: o paraíso das burlas

Com o aumento das compras online e o bombardeamento de anúncios durante a Black Friday, os burlões sofisticaram-se. Sites falsos com endereços quase idênticos aos originais, preços irrealistas e páginas fraudulentas em redes sociais são hoje as principais táticas.

A Revolut deixa um conjunto de boas práticas para evitar cair em esquemas:

  • Verificar o URL do site antes de inserir dados pessoais ou bancários;
  • Desconfiar de preços demasiado baixos e confirmar avaliações de outros clientes;
  • Evitar lojas recentes nas redes sociais, que podem desaparecer após algumas vendas;
  • Ignorar e-mails suspeitos e aceder às encomendas apenas pelos sites oficiais das marcas ou transportadoras.

O estudo, que inquiriu 1.000 portugueses em todo o país, conclui que, embora exista uma maior consciência sobre os riscos, a falta de confiança e de literacia digital continua a deixar muitos consumidores desprotegidos.

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