Oiça este artigo aqui:
A retalhista britânica Marks & Spencer (M&S) viu os lucros antes de impostos caírem 55,4% no primeiro semestre do ano fiscal de 2025, para 184,1 milhões de libras, cerca de 215 milhões de euros, na sequência de um ciberataque que forçou a suspensão temporária das vendas online e perturbou as operações logísticas e de click & collect.
O incidente, ocorrido na Páscoa, afetou o canal digital durante cerca de seis semanas e provocou perdas estimadas em 324 milhões de libras em vendas (cerca de 380 milhões de euros), das quais apenas 100 milhões (117 milhões de euros) foram cobertas por seguros.
As vendas de moda, casa e beleza recuaram 42,9%, enquanto as lojas físicas registaram uma quebra de 3,4%. O impacto total — incluindo custos de recuperação de sistemas, consultoria e apoio jurídico — ascende a mais de 100 milhões de libras. Apesar disso, a M&S mantém as previsões para o segundo semestre, esperando resultados “em linha com o ano anterior”.
Vulnerabilidade do retalho
O caso sublinha a vulnerabilidade crescente do retalho a ciberataques, num contexto em que o comércio eletrónico é parte essencial da operação. A recuperação parcial via seguros demonstra que, mesmo com apólices de ciber-risco, as perdas operacionais podem superar largamente as coberturas, requerendo uma forte resiliência interna e planos de contingência robustos.
Por outro lado, a procura pode não ser o principal problema. A Marks & Spencer afirmou explicitamente que o problema não foi falta desta, mas a incapacidade momentânea de resposta. E há um risco reputacional associado: interrupções prolongadas podem levar clientes a migrar para concorrentes. No Reino Unido, a Next foi mencionada como beneficiária da perturbação sofrida pela M&S.
Siga-nos no:
