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O orçamento médio por consumidor para a Black Friday sobe 19%, passando de 311 euros em 2024 para 385 euros em 2025, confirmando o regresso de um consumo mais expressivo, mas também mais seletivo. Esta é a conclusão do estudo anual sobre os comportamentos de compra dos consumidores portugueses da BlackFriday.pt, startup internacional dedicada às promoções da Black Friday e Cyber Monday em Portugal.
Apesar do aumento do orçamento, o estudo mostra que os consumidores estão mais cautelosos e críticos face ao evento. Há uma diminuição nas intenções de compra em quase todas as categorias, em particular na Moda (passa de 58% para 54%) e nos Eletrodomésticos (de 37% para 33%), tradicionalmente os segmentos mais procurados, o que indica uma postura de maior ponderação. A única categoria em crescimento é a dos brinquedos (passa de 12% para 14%), sugerindo uma antecipação das compras de Natal.
A análise revela também uma forte concentração das compras durante a Black Week (38,4%), que ganha terreno face ao Black November, cuja relevância caiu 12%. Já o próprio dia da Black Friday mantém-se estável, com 20% das intenções de compra.
Segundo Jérôme Amoudruz, CEO da BlackFriday.pt, “o consumidor português está hoje mais informado e exigente. A perceção de promoções pouco reais tem levado a uma escolha mais criteriosa, o que se reflete no aumento das despesas médias, mas também na redução de compras por impulso.”
Inteligência Artificial no processo de compra
O estudo confirma que a maioria das compras continua a realizar-se em Portugal (98%), com 36% dos consumidores abertos a comprar no estrangeiro, sobretudo em loja física (24%).
No que diz respeito aos canais de comunicação e compra, o e-mail reforça o seu papel como principal fonte de informação (62,7%), enquanto os sites de e-commerce recuam para 17,2% e o WhatsApp se mantém estável, com 19,1%. O Facebook perde relevância, com menos quatro pontos percentuais face a 2024.
Outra tendência em destaque é a utilização crescente da Inteligência Artificial (IA) no processo de compra. Quase metade dos consumidores (44,6%) recorre a ferramentas de IA para comparar preços, procurar informações ou esclarecer dúvidas sobre produtos, ainda que a maioria mantenha um nível de confiança moderado (41%).
Para Jérôme Amoudruz, “a IA começa a assumir um papel relevante na forma como as pessoas pesquisam e decidem. O comportamento digital tornou-se mais sofisticado e, por isso, as marcas precisam de adaptar a sua comunicação e presença online a esta nova realidade”.
Por fim, o estudo indica ainda uma ligeira descida nas atitudes positivas face à Black Friday (73,6%, -4%), acompanhada de um aumento das opiniões negativas (+4%), sobretudo devido à perceção de “falsas promoções”. Ainda assim, o evento continua a ser visto de forma amplamente favorável pela maioria dos consumidores portugueses.
O estudo foi realizado entre 30 de outubro e 4 de novembro de 2025, junto de 606 participantes residentes em Portugal, com idades entre 18 e 74 anos, representativos da população nacional.



