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A inflação nos produtos alimentares no Reino Unido acelerou para 5,2% nas quatro semanas até 5 de outubro, segundo dados divulgados pela Worldpanel by Numerator. Este aumento representa uma subida face aos 4,9% registados no relatório anterior, agravando a pressão sentida pelos consumidores, já afetados pelos elevados custos energéticos.
De acordo com a Worldpanel, os preços aumentaram mais acentuadamente em categorias como chocolate, carne e café, enquanto os maiores recuos verificaram-se em papel doméstico, doces (confeitaria de açúcar) e vinho espumante.
Fraser McKevitt, diretor de retalho e análise do consumidor da Worldpanel, afirmou que “os gastos em promoções atingiram o nível mais alto desde abril, representando 29,4% das compras, à medida que os consumidores procuram ofertas para aliviar o peso no orçamento familiar”.
Expectativas de inflação alimentar mais elevada até ao final do ano
Os principais retalhistas britânicos alertaram que a inflação alimentar poderá continuar a subir, devido a fatores como o aumento dos impostos patronais, os custos regulatórios acrescidos e os salários mais altos, reporta a Reuters. A British Retail Consortium, entidade que representa os maiores retalhistas do país, prevê que a inflação alimentar atinja os 6% até ao final do ano, o que poderá agravar ainda mais as dificuldades financeiras das famílias no período que antecede o Natal.
Já o Banco de Inglaterra antecipa que a inflação alimentar chegue aos 5,5% antes do Natal, mas que recue posteriormente à medida que as pressões nos mercados grossistas globais diminuam.
Apesar disso, a inflação geral no Reino Unido manteve-se nos 3,8% em agosto, segundo dados oficiais recentes, o valor mais elevado entre as economias avançadas.
Tesco lidera, Asda recua
As vendas de produtos alimentares aumentaram 4,1% em termos homólogos no período analisado, segundo a Worldpanel.
A Tesco continua a liderar o sector, registando o maior ganho de quota de mercado nos últimos 12 meses. As suas vendas subiram 6,9% em relação ao ano anterior, o que lhe garantiu uma subida de 0,7 pontos percentuais, fixando a sua quota de mercado nos 28,3%. As ações da empresa subiram 1%.
A Sainsbury’s, segunda maior cadeia de supermercados, aumentou as vendas em 5,2%, com um ganho de 0,1 ponto percentual de quota de mercado.
Por outro lado, a Asda teve o pior desempenho entre os grandes retalhistas, com uma queda de 3,2% nas vendas e uma perda de 0,9 pontos percentuais na quota de mercado.
Entre os retalhistas em maior crescimento no mercado britânico destacam-se a Ocado, com um aumento de 13,6% nas vendas, e a Lidl, que registou uma subida de 10,8%.