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A inteligência artificial poderá aumentar o comércio global em até 37% até 2040, segundo projeções da Organização Mundial do Comércio (OMC), reveladas no “Relatório sobre o Comércio Mundial de 2025”.
Este crescimento expressivo dependerá, no entanto, da superação de diversas barreiras estruturais, em especial o acesso desigual às tecnologias e a participação no comércio digital.
Ganhos de produtividade
De acordo com o relatório, os fluxos internacionais de bens poderão beneficiar significativamente da adoção da IA, fruto dos ganhos de produtividade e da redução dos custos comerciais.
Caso se verifique uma convergência eficaz entre economias de diferentes níveis de rendimento — baixas, médias e altas —, o comércio mundial poderá crescer entre 34% e 37% nas próximas duas décadas.
Já o Produto Interno Bruto (PIB) global poderá registar um aumento de 12% a 13% no mesmo período.
Desigualdades
A OMC alerta, contudo, que o acesso às tecnologias de inteligência artificial permanece desigual, limitando o potencial de crescimento inclusivo. A instituição defende que o comércio internacional desempenha um papel crucial na democratização do acesso à IA, ao facilitar a circulação de insumos essenciais, como semicondutores, matérias-primas e componentes tecnológicos.
Atualmente, as tarifas aplicadas a bens relacionados com a IA podem atingir os 45% nalgumas economias de baixo rendimento. Além disso, as restrições quantitativas sobre estes produtos aumentaram de 130, em 2012, para quase 500 em 2024, sendo a maioria imposta por países de rendimento médio-alto e elevado.
Necessidade de políticas de qualificação e inclusão
Para a OMC, é igualmente fundamental investir em formação profissional e em políticas laborais adequadas, com o objetivo de evitar o aumento das desigualdades.
A organização sublinha a necessidade de uma abordagem coordenada que combine políticas comerciais, de investimento e sociais, para maximizar os benefícios da IA para todas as economias.
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