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Os portugueses continuam a mostrar que “comprar nacional” é mais do que uma tendência, é uma escolha de confiança e identidade. A Escolha do Consumidor realizou um estudo sobre o consumo de produtos nacionais que pretende compreender de que forma os consumidores percecionam e valorizam os artigos de origem nacional, bem como identificar as principais motivações e barreiras associadas ao seu consumo.
A perceção dos consumidores sobre os produtos portugueses é amplamente positiva, mais de 95% reconhecem que estes são de boa qualidade e que contribuem para a economia nacional. Adicionalmente, grande parte dos participantes reconhece que os artigos portugueses são mais sustentáveis do que os importados (77%).
A maioria dos consumidores revela uma forte preferência por produtos de origem nacional. De acordo com estudo, mais de 92% consome frequentemente produtos portugueses e apenas menos de 1% admite fazê-lo raramente. 46% considera ainda “muito importante” que os artigos que adquire sejam de origem nacional e 32% classifica esse fator como “importante”. Já uma minoria (1%) declara a origem nacional como “nada importante” nas suas decisões de compra.
Além disso, 86% dos inquiridos são influenciados, de forma moderada ou elevada, pela origem nacional dos produtos e associam características como a confiança, a excelência e o impacto positivo na economia ao “Made in Portugal”, reforçando a ligação emocional e racional com as marcas portuguesas.
A Alimentação e Bebidas surge como o principal setor de consumo nacional, com 87% dos inquiridos a afirmarem adquirir regularmente produtos portugueses nesta categoria. Seguem-se o Vestuário e Calçado (51%) e Mobiliário e Decoração (45%). Produtos de Higiene e Cosmética (28%) e Tecnologia e Eletrónica (14%) apresentam uma adesão mais reduzida, refletindo uma menor oferta nacional ou menor reconhecimento das marcas nestas áreas.
No que diz respeito às principais motivações que levam à escolha de produtos nacionais, a qualidade é o fator que mais se destaca como motivo de escolha (69%). A confiança nas marcas nacionais e o apoio à economia local surgem em segundo lugar, ambos com 58% das respostas. Identidade e orgulho nacional (37%) e preço competitivo (35%) são também citados como dois motivos determinantes. Questões relacionadas com a sustentabilidade ambiental (30%) e a disponibilidade no ponto de venda (21%) surgem como fatores menos apontados, mas ainda relevantes.
Barreiras ao consumo nacional
Contudo, continuam a existir desafios e apesar da preferência pelos produtos nacionais, 63% dos entrevistados referem que o preço mais elevado é o principal entrave à compra de produtos portugueses. Outros obstáculos incluem a menor variedade e falta de disponibilidade no ponto de venda (29%), o desconhecimento da marca (25%) e o design menos apelativo (8%). Somente 4% admite preferir marcas internacionais.
Quando questionados sobre o que poderia ser melhorado nos produtos nacionais, de forma a aumentar o seu consumo, os participantes indicam maioritariamente fatores económicos e de comunicação. A redução do preço é a principal prioridade, mencionada por 64% dos inquiridos. Melhor forma de comunicar a origem portuguesa (43%) e o aumento da variedade de produtos nacionais (42%) são também aspetos importantes a melhorar pelas marcas portuguesas.
Os entrevistados ressaltam ainda fatores como melhorar a disponibilidade dos produtos nos pontos de venda (40%) e investir mais em publicidade e promoção (36%), reforçando assim a presença das marcas nacionais junto dos consumidores. Em menor escala, temos a melhoria da qualidade (18%), o aperfeiçoamento do design (17%) e o aumento da sustentabilidade (12%) como áreas prioritárias de evolução.
Em termos de perceção e reconhecimento, 67% dos inquiridos afirma ser capaz de identificar se um produto é de origem portuguesa, baseando-se principalmente na indicação no rótulo ou etiqueta, na presença de selos ou símbolos nacionais e na verificação do país de origem na embalagem.




