A Deloitte aconselha os retalhistas a destacar fatores como a conveniência e a digitalização em 2020. No seu “2020 Retail Industry Outlook”, a consultora sublinha seis tendências para os próximos 12 meses, perante as quais o sector do retalho terá de se posicionar.
A começar pela conveniência. Com a convergência da cadeia de abastecimento, tecnologia digital e outras inovações, a conveniência está a tornar-se numa peça ainda mais importante da equação. De acordo com a Deloitte, os retalhistas deverão adotar estratégias de “smart merchandising”, incluindo a criação de micro marcas alinhas com necessidades específicas e aumentando a disponibilidade de produto através de modelos de revenda.
Outra tendência que os retalhistas poderão esperar é uma mudança económica. Apesar do consumo estar a crescer a um ritmo estável, particularmente no mercado norte-americano, a consultora adverte que as tarifas aduaneiras vêm trazer uma incerteza económica a nível global. Adicionalmente, os salários não crescem ao mesmo ritmo que o emprego. Os retalhistas deverão, assim, preparar-se para possível uma taxa de crescimento de consumo a um nível abaixo do de 2019.
Paralelamente, apesar da qualidade dos produtos continuar a ser um fator importante, de acordo com a Deloitte, o ponto de diferenciação entre retalhistas está agora, muitas vezes, dependente da sua capacidade para comercializar serviço, entrega e conveniência. Aspetos como as entregas no próprio dia e a recolha na loja, ou noutros pontos, das encomendas feitas online são cada vez mais importantes. A vantagem competitiva deriva da apresentação destes componentes de um modo mais eficaz que o da concorrência.
A experiência personalizada, o envolvimento altamente interativo e todas as formas de conveniência requerem capacidades digitais, defende a consultora. Nesse sentido, em 2020, os retalhistas deverão considerar implementar tecnologias de ponta como a realidade aumentada e virtual e o 5G, de modo a melhorar a sua eficiência operacional e melhorar a experiência do cliente.
Além disso, os retalhistas deverão criar, já agora, a loja do futuro. Isto passa por incluir stocks localizados, automatizar as lojas e equipar os colaboradores com apps que combinam o acesso online e em tempo real aos produtos e dados com o serviço ao cliente personalizado e humano.
Finalmente, à medida que mais retalhistas utilizam a sua rede de lojas físicas para aceitar as devoluções de produtos encomendados online, devem considerar que o custo é um fator a ter em conta. Modelos de retalho emergentes, como a venda direta ao consumidor e os serviços de subscrição e de aluguer são concebidos para lidar com elevados volumes de devoluções como parte da sua cadeia de abastecimento. Recorrer aos dados para antecipar as devoluções com um elevado grau de fiabilidade ajuda na estratégia de gestão de stock. Para se ser bem-sucedido na logística inversa, os retalhistas deverão de evoluir de uma política de devolução para uma estratégia de devolução, o que poderá requerer uma alteração no seu modelo de cadeia de abastecimento.