O luxo é o primeiro a ser atingido pela crise. 53% dos consumidores a nível internacional planeia cortar, nos próximos seis meses, os gastos em bens de luxo e premium, sendo esta categoria a mais atingida, de acordo com o PwC Consumer Insights Survey de 2023.
O inquérito, que envolveu 9.180 consumidores em 25 países, reflete uma intenção geral de reduzir as despesas em todas as categorias inquiridas, uma mudança de atitude acentuada em relação aos resultados do inquérito anterior, que teve lugar em junho do ano passado. O luxo será o sector mais afetado por esta redução, seguido pelas viagens (43% dos consumidores viajará menos), atividades virtuais (com uma diminuição de 42%) e calçado e moda (41% dos inquiridos reduzirá as suas despesas).
Os aumentos de preços são o maior obstáculo às compras na loja em 56% dos casos, seguidos por ruturas na cadeia de abastecimento, como responderam 30% dos consumidores inquiridos. Para as compras online, 48% dos consumidores indicou a inflação como o seu maior obstáculo.
Consumidores adiam as compras
Apesar do corte nas despesas, 78% dos consumidores diz que pagaria mais por um produto feito localmente e 77% dá prioridade a produtos feitos de materiais reciclados, sustentáveis ou amigos do ambiente.
Por outro lado, 49% dos inquiridos pela PwC adia a compra de alguns artigos até que estejam com desconto e 40% deles utiliza plataformas de comparação de preços para encontrar alternativas baratas.
A Geração X é a que mais mudou a sua rotina devido à inflação e 47% dos consumidores já começou a reduzir a despesa global. Os Millennials são os mais preocupados com a situação económica, mas ainda não implementaram estratégias específicas de poupança.
Enquanto 56% dos consumidores inquiridos pela consultoria diz estar a reduzir as despesas com produtos não essenciais, apenas 15% dos inquiridos reduziu totalmente as suas despesas.
Além disso, 40% dos consumidores considera importantes as compras para cuidados pessoais ou outros, tais como presentes. “Ainda há um apetite para despesas futuras”, assegura a PwC.
Sabine Durand-Hayes, chefe dos mercados de consumo da PwC em França, acredita que os retalhistas “devem diversificar os seus canais de distribuição, oferecer preços competitivos e investir na cadeia de abastecimento“.