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Superavit comercial da zona euro reduz-se, mas mantém tendência positiva

Foto: Shutterstock

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Em julho de 2025, a zona euro registou um saldo positivo de 12,4 mil milhões de euros no comércio de bens com o resto do mundo, segundo dados da Eurostat divulgados esta segunda-feira. Embora continue a haver superavit, este montante representa uma diminuição face aos 18,5 mil milhões de euros do mesmo mês em 2024.

Exportações crescem pouco, importações aumentam

As exportações da zona euro atingiram os 251,5 mil milhões de euros em julho de 2025, apenas 0,4% superiores comparativamente a julho de 2024. As importações subiram mais significativamente, cerca de 3,1%, totalizando 239,1 mil milhões de euros.

No conjunto dos primeiros sete meses de 2025, o superavit acumulado situa-se em 106,9 mil milhões de euros, inferior ao do período homólogo de 2024, que tinha sido de 120,4 mil milhões de euros.

Vários grupos de bens destacaram-se no contributo para este superavit:

  • Produtos químicos e afins: o saldo diminuiu, passando de cerca de 23,8 mil milhões de euros em julho de 2024 para 17,4 mil milhões de euros em julho de 2025.
  • Máquinas e veículos: contribuíram com mais superavit relativamente ao ano passado, refletindo uma procura externa relativamente robusta.

Sinais de alerta

No total da União Europeia (EU-27), o superavit em julho de 2025 ficou em 12,1 mil milhões de euros, também inferior ao registado em julho de 2024, quando foi de 15,9 mil milhões de euros.

As exportações da UE-27 para fora da União decresceram ligeiramente — cerca de 0,5% — enquanto as importações aumentaram cerca de 1,2% em comparação com o mesmo mês de 2024.

Interpretação e riscos à vista

Os números revelam dois fenómenos que merecem acompanhamento:

  • Diminuição do superavit: embora ainda positivo, o saldo tem vindo a estreitar-se, principalmente devido ao aumento mais acelerado das importações comparativamente às exportações.
  • Dependência de categorias específicas: setores como químicos e maquinaria têm grande peso, mas também são vulneráveis a flutuações de custo de matérias-primas e energia, além de tensões em cadeias de fornecimento.
  • Necessidade de diversificação: para manterem e alargarem o superavit, os países da zona euro e da UE necessitam continuar a diversificar mercados e produtos, bem como a investir em políticas industriais, tecnológicas e ambientais que reforcem a competitividade.

Portugal no contexto europeu

Para Portugal, este panorama global comporta desafios e oportunidades:

  • Como economia aberta e altamente exportadora em sectores como agroalimentar, cortiça, têxtil e calçado, Portugal beneficia de uma zona euro estável com superavit, que ajuda a manter mercados externos acessíveis.
  • Contudo, o aumento do custo das importações (por exemplo energia ou bens intermédios) pode pressionar o custo de produção e reduzir margens. O setor exportador português terá de continuar a apostar em inovação, eficiência energética e logística para conter os efeitos adversos.
  • A pressão sobre a balança comercial interna, e sobre o custo de insumos importados, torna particularmente importantes políticas de apoio para reduzir dependências — seja em transporte, insumos ou matérias-primas.

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