in

Plataformas de fast fashion dominam as estratégias de marketing para conquistar a Geração Z

Num contexto de crescimento para o sector do retalho, as plataformas de compras online de fast fashion destacam-se pela sua capacidade de adaptação às exigências e preferências da Geração Z.

No relatório “Las nuevas reglas del Marketing: Construyendo marcas genuinas que conecten con la Generación Z”, elaborado pela LLYC, com base numa amostra do mercado espanhol, surgem dados da EMarketer que refletem um sucesso estrondoso para o sector, com um gasto mundial em meios publicitários estimado em 140 mil milhões de dólares.

Mesmo assim, os grandes players deste ambiente enfrentam um desafio crucial: a rápida evolução dos comportamentos dos consumidores, um desafio que têm sabido enfrentar de forma eficaz, marcando o ritmo para chegar aos consumidores da Geração Z.

 

Fast fashion

O fenómeno do fast fashion refere-se a novos modelos de produção, caracterizados pela rápida criação e distribuição de peças de vestuário a preços acessíveis. Na era das redes sociais e da imediatização digital, surgem plataformas que aplicam o modelo do fast fashion aos seus negócios. Entre elas estão: Shein, Temu e AliExpress.

Estas empresas, criadas online e alimentadas por algoritmos, oferecem catálogos que se atualizam em tempo real, com foco na rapidez, personalização e preços baixos, transformando o processo de compra numa experiência interativa, onde as tendências são geradas e consumidas a um ritmo nunca antes visto.

 

Dados, rapidez e redes sociais

O sucesso destas plataformas de fast fashion baseia-se na rapidez com que respondem às tendências, destacando a importância da “imediatização” numa era onde a viralidade nas redes sociais e os incentivos constantes colocam estes gigantes no “top of mind” da Geração Z. Como mencionado no relatório da LLYC, “os consumidores desta geração valorizam conteúdos altamente personalizados e rejeitam mensagens irrelevantes. Preferem comunicações curtas e de fácil digestão, com humor e enriquecidas com elementos visuais como emojis e memes”.

Um dos aspetos mais notáveis da estratégia destas empresas, que as coloca na liderança do mercado global, é a sua oferta massiva, combinada com preços acessíveis, ajustando-se perfeitamente às preferências de uma geração que procura satisfação instantânea.

As grandes empresas desta categoria, como a Shein e Temu, seguem uma estratégia semelhante, expandindo os seus esforços publicitários para além da moda, integrando uma vasta gama de produtos de lifestyle, desde gadgets até artigos para o lar. Dominam o uso de algoritmos e big data para prever e ajustar-se às constantes mudanças das exigências do mercado, permitindo-lhes introduzir novas tendências num tempo recorde.

 

Mais do que o preço

A fórmula de empresas como a Amazon, Shein e Temu não se limita apenas a preços baixos e rapidez; estas plataformas transformaram a experiência do cliente através da gamificação e de micro incentivos, criando gigantescas comunidades nas redes sociais que reforçam a lealdade dos clientes. A Geração Z, como indica o relatório, não valoriza apenas o preço e a conveniência, mas também o propósito por detrás da marca e a sua capacidade de oferecer uma experiência que os conecte a outros utilizadores.

Um aspeto-chave nesta estratégia é o conteúdo gerado pelos utilizadores (UGC), que se tornou uma poderosa ferramenta de publicidade autêntica para as marcas. Um exemplo claro é a Shein, que colabora habitualmente com influencers e criadores de conteúdo em plataformas como o TikTok, incentivando a promoção dos seus produtos de forma tanto orgânica como paga, mantendo a autenticidade e o apelo do conteúdo. Esta integração de comunidade, conteúdo e compras catapultou estas plataformas para uma conexão profunda com os consumidores mais jovens, de uma forma que as marcas tradicionais ainda não conseguiram replicar.

A tendência do fast fashion reflete as prioridades da Geração Z, que valoriza rapidez, personalização e experiências interativas. Através da integração de dados, ferramentas de gamificação e criação de comunidades digitais, vemos marcas como a Temu ou a Shein a transformarem o comércio online. A verdade é que a Gen Z procura mais do que apenas produtos: procura uma conexão autêntica, com conteúdo envolvente, imediato e visualmente apelativo. E é nesta combinação entre conveniência e envolvimento emocional que está a chave do sucesso para as marcas se posicionarem no mercado global“, afirma Cristina Girão, Marketing Solutions Manager na LLYC Portugal.

Siga-nos no:

Google News logo

Por Bárbara Sousa

I am a journalist and news editor with eight years of experience in
interviewing, researching, writing articles and PR editing/publishing.

Mocoffee CEO EMEA

Nuno Damião é o novo CEO da Mocoffee para a EMEA

Nestlé Portugal Anna Lenz

Nestlé nomeia Anna Lenz como responsável mundial de recursos humanos