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A Procter & Gamble (P&G) confirmou oficialmente que Shailesh Jejurikar, atual chief operating officer (COO), vai assumir como novo presidente e CEO global da empresa a partir de 1 de janeiro de 2026, sucedendo Jon Moeller, que passará a executive chairman.
A decisão foi aprovada por unanimidade pelo conselho de administração.
Com mais de 30 anos de experiência na P&G, Shailesh Jejurikar acumulou diversos cargos de liderança global, destacando-se na categoria Fabric & Home Care, onde geriu marcas como Tide, Ariel, Downy e Febreze. É também reconhecido pelo foco estratégico em digitalização, inovação centrada no consumidor e otimização operacional. Jon Moeller referiu que o novo CEO tem a “visão, integridade e experiência necessárias para conduzir a P&G no futuro”.
Tarifas exigem preços mais altos
Paralelamente à transição na liderança, a P&G revelou que vai aumentar os preços de cerca de 25% dos produtos nos Estados Unidos — numa média de 5% — para compensar o impacto estimado de mil milhões de dólares (aproximadamente 857 milhões de euros) das tarifas impostas pelo governo norte-americano. Estas tarifas incidem sobre matérias-primas, embalagens e exportações.
Segundo o CFO, Andre Schulten, os consumidores estão mais cautelosos: optam por embalagens maiores e promoções em lojas de baixo custo. O grupo prevê que esse acréscimo de custos vá pressionar o crescimento dos lucros no próximo exercício fiscal.
Perspetivas para 2026
No seu quarto trimestre fiscal, encerrado recentemente, a P&G reportou vendas líquidas de 20.89 mil milhões de dólares, com um crescimento orgânico de 2% e um lucro líquido por ação ajustado de 1,48 dólares, superando as expectativas do mercado.
No entanto, para o exercício fiscal de 2026, a empresa prevê um crescimento nas vendas líquidas entre 1 % e 5 % e um EPS ajustado entre 6,83 e 7,09 dólares, ligeiramente abaixo das projeções dos analistas.
Como parte do plano estratégico para lidar com os desafios, a P&G anunciou um programa de reestruturação que inclui a eliminação de sete mil postos de trabalho administrativos até 2027 e a saída de alguns mercados, com o objetivo de aumentar a produtividade e a contenção de custos.