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Mobilidade elétrica: sector europeu reforça apelo para manter meta de 2035

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O sector europeu da mobilidade elétrica lançou um novo apelo aos decisores políticos para manter o rumo definido para 2035, ano em que está previsto que todos os novos veículos vendidos na União Europeia sejam 100% elétricos. A posição foi apresentada pela Charge France, associação que reúne 18 dos principais operadores de pontos de carregamento e fabricantes de tecnologia, apoiada por um estudo da Boston Consulting Group (BCG).

Segundo a análise, a transição total para veículos elétricos não só é viável como trará benefícios económicos e ambientais significativos. As famílias europeias podem poupar até 1.600 euros por ano em comparação com a utilização de híbridos plug-in, enquanto a União Europeia poderá reduzir em 15% as suas importações de petróleo até 2035, poupando cerca de 40 a 45 mil milhões de euros anuais.

4 recomendações estratégicas

A Charge France apresentou quatro medidas-chave para garantir o cumprimento da meta:

  1. Reafirmar o objetivo europeu de 2035, dando visibilidade a investidores e assegurando a soberania energética.
  2. Garantir uma transição justa, mantendo incentivos para frotas elétricas, retirando apoios aos híbridos plug-in e ajudando famílias de baixos rendimentos com programas de leasing social e compra de usados elétricos.
  3. Destacar os benefícios económicos e ambientais, através de uma rotulagem mais transparente e campanhas de informação.
  4. Apoiar a transformação industrial europeia, com foco na requalificação da mão de obra e no desenvolvimento de baterias recicláveis produzidas localmente.

Mercado em crescimento

Os números confirmam o avanço da eletrificação:

  • As vendas de veículos 100% elétricos (BEV) cresceram 24% no primeiro semestre de 2025 face ao mesmo período de 2024.
  • As projeções indicam que, se a regulamentação se mantiver, entre 90% e 100% dos novos registos em 2035 serão elétricos.
  • 60% dos consumidores europeus afirmam estar prontos para escolher um BEV na sua próxima compra.

Além disso, os avanços tecnológicos estão a eliminar barreiras: a autonomia média dos novos modelos já ultrapassa os 500 km, o carregamento ultrarrápido demora cerca de 20 minutos e a rede de estações está em expansão acelerada.

Benefícios ambientais e sociais

Do ponto de vista climático, um veículo elétrico emite em média três vezes menos CO₂ do que um carro a combustão, e até nove vezes menos em países como França, devido ao mix energético. Já os híbridos plug-in revelam limitações: funcionam em modo elétrico menos de 50% do tempo e chegam a emitir até o dobro do CO₂ de um BEV ao longo do ciclo de vida.

Carlos Ferraz, diretor-geral da Atlante em Portugal, sublinha que “atingir o objetivo de 2035 é essencial e deve continuar a ser uma prioridade. Os investimentos e iniciativas já estão em marcha; falta apenas o apoio firme de uma política europeia ambiciosa”.

Apresentação em Oeiras

O estudo é oficialmente apresentado hoje, no painel “EV is ready, keep 2035 on track”, organizado pela UVE, Atlante e Powerdot, no Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras. O encontro reunirá especialistas e decisores para debater a mobilidade elétrica como vetor estratégico para o futuro europeu.

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