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IA é aliada crucial para colmatar défice global de competências em cibersegurança

87% dos profissionais de cibersegurança acreditam que a inteligência artificial vai reforçar as suas funções

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A Fortinet divulgou o 2025 Global Cybersecurity Skills Gap Report, que alerta para a crescente falta de profissionais qualificados e destaca o papel decisivo da inteligência artificial (IA) no reforço das defesas digitais. O estudo mostra que a adoção da IA está a transformar as operações de segurança, mas também a expor novas vulnerabilidades devido à ausência de competências técnicas adequadas.

O relatório indica que 86% das organizações sofreram pelo menos um ciberataque em 2024, e quase um terço enfrentou cinco ou mais violações. Mais de metade das empresas (52%) estimam que os ataques lhes custaram mais de um milhão de dólares, valores que continuam a aumentar ano após ano. Segundo a Fortinet, esta escalada está diretamente relacionada com a escassez de especialistas em segurança digital, apontada por 54% dos inquiridos como uma das principais causas das falhas.

Sem colmatar a lacuna de competências, as organizações continuarão a enfrentar taxas crescentes de ameaças e custos cada vez mais elevados”, sublinha Carl Windsor, CISO da Fortinet, que acrescenta que “o relatório reforça a necessidade urgente de investir em talento e formação”.

 

IA: solução e desafio

O estudo mostra que 97% das organizações já utilizam ou planeiam adotar soluções de cibersegurança baseadas em IA, sobretudo para deteção e prevenção de ameaças. Para 87% dos profissionais, a IA não representa uma substituição, mas sim um apoio essencial que permite aumentar a eficiência e aliviar a carga das equipas reduzidas.

Contudo, a mesma tecnologia apresenta riscos: 48% dos decisores de TI afirmam não ter pessoal com conhecimentos suficientes em IA, o que limita o potencial da sua utilização e pode amplificar os perigos. Curiosamente, 76% das empresas que sofreram nove ou mais ataques em 2024 já tinham ferramentas de IA implementadas, revelando que a adoção tecnológica, por si só, não é suficiente sem formação especializada.

A cibersegurança já é vista como prioridade estratégica e financeira para 96% das organizações, mas apenas 49% dos conselhos de administração afirmam compreender plenamente os riscos associados à IA. O relatório sugere que este desconhecimento pode comprometer decisões críticas, sobretudo num contexto em que os ataques se tornam mais sofisticados e rápidos.

 

Formação e certificações: chave para o futuro

A Fortinet sublinha que a certificação e a formação contínua são fundamentais para enfrentar a crise de competências. Quase 90% dos decisores de TI preferem candidatos com certificações, mas o apoio financeiro das empresas à obtenção destas qualificações caiu para 73%, face aos 89% registados em 2023.

Para inverter esta tendência, a empresa tem apostado no Fortinet Training Institute, um programa de formação que disponibiliza cursos e certificações em cibersegurança, incluindo módulos dedicados à IA e à consciencialização sobre ameaças digitais. O objetivo é claro: formar um milhão de profissionais até 2026, reforçando a resiliência global das organizações.

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