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Harrods entra em perdas e vê rentabilidade cair

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A Harrods encerrou o exercício fiscal de 2024 com uma queda na rentabilidade e contas no vermelho, refletindo um contexto mais desafiante para o luxo no Reino Unido.

O grupo registou um decréscimo de 2,4% no volume bruto de transações, que caiu para 2.198 milhões de libras (cerca de 2.590 milhões de euros), enquanto a faturação avançou apenas 0,6%, atingindo 1.082 milhões de libras (1.275 milhões de euros), um crescimento inferior à inflação britânica.

 

Rentabilidade em queda

O benefício operativo antes de itens excecionais recuou 17%, ficando nos 177,7 milhões de libras (209 milhões de euros). Já o resultado antes de impostos mergulhou em perdas de 34,3 milhões de libras (40 milhões de euros), contrastando com o lucro de 111,5 milhões de libras (131 milhões de euros) do ano anterior.

O benefício líquido também passou a negativo: perdas de 36,5 milhões de libras (43 milhões de euros), depois dos 76,7 milhões de libras (90 milhões de euros) positivos no exercício anterior.

 

Salários mais altos, logística mais cara e custos excecionais pesam no resultado

Segundo Michael Ward, diretor-geral da Harrods, a queda da rentabilidade é explicada, em parte, pelo aumento dos salários e pelos maiores custos logísticos, refletindo o esforço de investimento no reforço das equipas e na capacidade de distribuição.

O resultado líquido foi ainda penalizado por custos excecionais significativos, entre os quais a transformação digital do sistema de gestão interna e um programa de compensação para vítimas de abusos cometidos por Mohamed Al-Fayed, antigo proprietário e presidente da empresa. O plano de indemnizações arrancou em abril de 2025 e prolonga-se até março de 2026.

 

Tráfego internacional fraco e fim do tax free continuam a penalizar o negócio

A empresa enfrenta ainda dois constrangimentos estruturais no mercado britânico: a fraqueza do gasto turístico internacional e a ausência de compras livres de impostos para visitantes estrangeiros, eliminadas pelo Governo do Reino Unido após o Brexit. Estes fatores continuam a reduzir o fluxo de consumidores internacionais, tradicionalmente essenciais para o desempenho da Harrods

Apesar das dificuldades, Michael Ward sublinha que 2024 foi “um ano de comércio estável” e que a empresa “voltou a superar a média do sector do luxo”.

O grupo prossegue o seu plano de modernização e aposta na renovação da área de moda feminina, na remodelação do restaurante histórico The Georgian e na aceleração da sua transformação digital.

Fundada em 1834 por Charles Henry Harrod como pequena mercearia em Stepney, a Harrods consolidou-se ao longo de quase 200 anos como um dos grandes armazéns mais emblemáticos do mundo e destino de referência para turistas de alto poder aquisitivo. A empresa pertence desde 2010 ao Qatar Investment Authority.

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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