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Guimarães foi reconhecida como uma das cidades mais avançadas em economia circular no mais recente relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), apresentado em Paris, durante a conferência OECD Urban Days.
Entre as 64 cidades e regiões da União Europeia analisadas, Guimarães é a única cidade portuguesa a figurar entre as mais bem classificadas em todos os critérios avaliados.
A apresentação contou com a presença de Isabel Loureiro, coordenadora da Estrutura de Missão Guimarães 2030, e Carlos Ribeiro, diretor do Laboratório da Paisagem.
Liderança em inovação, estratégia e parcerias
O relatório destaca Guimarães pela sua atuação de excelência nos eixos de estratégia, inovação e parcerias. O município integra o grupo restrito de cidades que dispõem de iniciativas avançadas e orçamento dedicado à economia circular, em grande parte graças à implementação da estratégia RRRCICLO – Economia Circular em Guimarães.
Guimarães é ainda um dos signatários fundadores da Declaração Cidades Circulares, reforçando a sua posição como referência internacional na partilha de boas práticas e experiências.
Melhor classificação em múltiplos critérios
Guimarães foi reconhecida com a melhor classificação europeia em áreas como o modelo exemplar e visão estratégica, mecanismos de coordenação entre níveis de governação envolvimento dos stakeholders, ferramentas de apoio à inovação e integração das iniciativas circulares nas estratégias e planos de ação locais e regionais, sendo a única cidade europeia a alcançar esta distinção.
Além disso, Guimarães lidera isoladamente em três áreas fundamentais: mobilização e alocação eficiente de recursos financeiros, capacidade humana e técnica para estruturar e implementar um sistema económico circular e disponibilidade, recolha e análise de dados para potenciar as oportunidades da economia circular.
Para Sofia Ferreira, vereadora do Ambiente e Ação Climática da Câmara Municipal de Guimarães, o reconhecimento “como referência europeia na economia circular é reflexo do nosso compromisso contínuo com a sustentabilidade e inovação, demonstrando a importância do trabalho colaborativo entre município, academia, empresas, parceiros estratégicos e comunidade”. Sofia Ferreira destaca ainda que a integração da economia circular nas políticas públicas locais e o investimento na capacitação e no conhecimento têm sido essenciais para este percurso.
Economia circular no centro da transição climática
O relatório da OCDE — “The Circular Economy in Cities and Regions of the European Union” — reforça o papel crucial dos governos locais na promoção da economia circular e no alcance das metas de crescimento sustentável.
Entre as cidades analisadas 36% participou em programas europeus para desenvolver competências no domínio da economia circular.
Guimarães destaca-se também pela sua participação em iniciativas como o “Let’s Go Circular!” do URBACT e o “Circular Ecosystems” do Interreg POCTEP, que visam apoiar 136 cidades europeias na transição ecológica e digital, com especial enfoque nos sectores dos resíduos, água, poluição atmosférica, tecnologia, construção e edifícios.
Este reconhecimento da OCDE soma-se à recente distinção de Guimarães como Capital Verde Europeia 2026.