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A marcas chinesas de desporto Anta Sports Products e Li Ning estão entre as empresas que avaliam uma possível aquisição da debilitada Puma.
De acordo com informações avançadas pela Reuters, uma fonte revelou que ambas as companhias, cotadas em Hong Kong, estão a analisar a viabilidade de apresentar uma oferta, mas a forte queda — para metade — do valor de mercado da Puma ao longo deste ano tem dificultado a definição de uma avaliação aceitável para a Artemis, a holding privada que é o maior acionista da marca alemã e que controla também a dona da Gucci, a Kering.
De acordo com as informações disponíveis, Anta e Li Ning poderão ainda juntar-se a fundos de private equity numa oferta conjunta.
Avaliação em queda dificulta acordo com Artemis
As ações da Puma subiram 15% após um artigo da Bloomberg avançar que as duas empresas chinesas estavam a avaliar um possível negócio e que a japonesa ASICS também poderia estar interessada.
No entanto, a Puma perdeu mais de 56% do seu valor de mercado desde o início do ano, situando-se atualmente em cerca de 2,52 mil milhões de euros. A forte desvalorização, no entanto, não facilita um eventual acordo: a holding familiar Artemis, controlada pela família Pinault e detentora de 29% do capital, tem deixado claro que não está disposta a vender ao valor atual de mercado, demonstrando confiança no plano de recuperação iniciado pelo novo CEO, Arthur Hoeld.
Nova direção
Com as vendas em queda, o conselho de administração decidiu em abril demitir o antigo CEO Arne Freundt, substituindo-o por Arthur Hoeld, até então responsável de vendas na Adidas. A capitalização da Puma situa-se atualmente nos 2,52 mil milhões de euros, segundo dados da LSEG. Para comparação, a Anta vale cerca de 30 mil milhões de dólares, a Asics 17,9 mil milhões e a Li Ning 6 mil milhões.
Em outubro, Hoeld anunciou que a Puma iria reduzir descontos, reforçar o investimento em marketing, encurtar a gama de produtos e cortar 900 postos de trabalho corporativos como parte de um plano de viragem destinado a superar desafios como a queda da procura e tarifas impostas pelos EUA.
O CEO alertou que a empresa deverá registar prejuízo este ano e que só regressará ao crescimento em 2027, depois de um “ano de transição” em 2026. No entanto, reporta a Reuters, alguns analistas consideram que as medidas propostas são demasiado semelhantes às do antecessor e poderão não ser suficientemente profundas.
A família Pinault, proprietária da Artemis, adquiriu a sua participação na Puma em 2018, quando a Kering se reposicionou como grupo exclusivamente dedicado ao luxo, focado em marcas como Gucci e Saint Laurent.




