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O futuro do grande consumo passou pelo Taguspark, cujo auditório se encheu para celebrar duas décadas de percurso da Grande Consumo, num evento que olhou para o passado, mas sobretudo para o futuro de um sector em constante transformação.
Sob o tema “Primeiro Muda: Transformação Preventiva, Liderança Ativa”, a conferência reuniu gestores e líderes de algumas das maiores empresas de bens de grande consumo e retalho, num debate marcado por uma palavra-chave: inovação. “O pós-crise é a melhor altura para apostar na inovação, para criar novos hábitos de consumo”, afirmou Ana Paula Barbosa, retailer services director da NielsenIQ, que fez uma retrospetiva das últimas duas décadas. Para a responsável, “inovar com foco no que o cliente quer é essencial”.

“Do analógico ao algorítmico: a evolução do grande consumo”
Esta ideia foi reforçada na mesa-redonda “Do analógico ao algorítmico: a evolução do grande consumo”, moderada por Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca, onde se discutiram o papel crescente da tecnologia, a mudança dos hábitos de compra e a necessidade de propósito nas marcas. Afonso Cruzeiro, go to market director da L’Oréal, destacou o novo perfil do consumidor: “Hoje é mais racional, mas continua a ser aspiracional”. No entanto, alertou que, apesar da crescente consciência ambiental, “nem sempre o consumidor está disposto a pagar mais por isso”.

Da parte de Mário Costa, diretor-geral do Intermarché, Isabel Balsas, country manager da Normal, e João Castanheira, diretor comercial da Nestlé, ficou clara a ideia de que compreender a jornada de compra é essencial para acompanhar o cliente em todas as etapas. A inovação, concluíram, será o motor desse acompanhamento, com a inteligência artificial a desempenhar um papel cada vez mais determinante.


Escutar para evoluir
A importância da escuta ativa foi outro dos temas centrais da conferência. Marta Santos, country manager Portugal da Worldpanel by Numerator, analisou a evolução do comportamento do consumidor português e destacou as mudanças demográficas como fator-chave. “Hoje, a maioria dos lares é composta por pessoas com mais de 50 anos, o que naturalmente altera os padrões de consumo”, explicou, acrescentando que a diversidade cultural e o aumento das famílias monoparentais tornam o consumo mais fragmentado.

Olhar para 2045
Projetar o futuro do grande consumo foi o desafio lançado aos intervenientes na reta final da conferência, numa mesa redonda moderada por Ricardo Torres Assunção, secretário-geral da APAN, e que contou com a participação de Alexandra Borges, diretora-geral de compras do Lidl, Sandra Leal Vera Cuz, country manager da Mondelez Portugal, Inês Salgado, head of Glovo brands ads, e Rui Carmona, diretor-geral da Vileda para Espanha e Portugal. “Temos de ter o foco no consumidor”, defendeu Rui Carmona. “O novo consumidor traz muitos desafios, mas também grandes oportunidades”.



A mensagem foi sublinhada por Alexandra Borges, que reforçou o mote da sessão: “Escuta ativa — são essas as palavras-chave”.
Consumidores moldarão a evolução do retalho
Com um olhar atento à evolução tecnológica, social e económica, a conferência dos 20 anos da Grande Consumo contou ainda com a intervenção de Boris Planer, embaixador do Zukunftsinstitut, sobre o modo como os consumidores moldarão a evolução do retalho, deixou uma certeza partilhada: o futuro do sector passará por ouvir mais e inovar melhor.

Os leitores poderão ler a reportagem completa do evento na próxima edição da revista Grande Consumo.




