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Nascidos após 2010, os Alpha ainda não compram com o próprio dinheiro, mas já influenciam fortemente os gastos das famílias. Até 2040, serão a maior geração de consumidores ativos do mundo.
Formada por crianças nascidas a partir de 2010, a Geração Alpha está a moldar, desde já, o futuro do consumo. Segundo a Euromonitor International, esta será a geração mais numerosa em 2040, ultrapassando os Millennials e a Geração Z. O seu impacto no retalho será massivo.
Tecnologia integrada e interatividade como norma
Para captar a atenção destes consumidores, as marcas terão de investir em plataformas digitais imersivas, com realidade aumentada (AR), realidade virtual (VR) e experiências gamificadas. Crescendo entre videojogos como Roblox, Fortnite ou Minecraft, a Geração Alpha espera experiências interativas e personalizadas, onde possa cocriar e interagir com os produtos, como avatares, skins ou acessórios digitais.
Um exemplo concreto foi o lançamento, pela Mango, de uma loja virtual com experiências digitais integradas. Iniciativas como esta estão a tornar-se pré-requisitos e não apenas inovações de marketing.
Customização e identidade própria
Esta geração valoriza profundamente a autoexpressão. Produtos personalizáveis, como os Jibbitz da Crocs (charms para decorar calçado), já representam quase 10% das vendas da marca. No futuro, espera-se o crescimento de roupas inteligentes, com sensores integrados, tecidos que mudam de cor ou ajustam temperatura conforme o ambiente ou o estado de espírito do utilizador.
A capacidade de criar ou ajustar o próprio estilo será fundamental para fidelizar estes jovens consumidores.
Conscientes antes de serem compradores
Embora ainda não tenham capacidade económica para consumir com autonomia, os Alpha cresceram num mundo marcado por crises climáticas e preocupações ambientais. A sustentabilidade não é apenas uma tendência, mas uma expectativa. Querem que as marcas sejam transparentes, inclusivas e ambientalmente responsáveis.
Marcas como a Reformation já estão a antecipar essa exigência, integrando soluções tecnológicas como a blockchain em tempo real para rastrear o impacto dos seus produtos.
Para conquistar a confiança da Geração Alpha, as marcas terão de refletir a sua realidade plural: diversidade étnica, corporal, de género e de identidade. Isto significa tamanhos inclusivos, campanhas representativas e moda neutra em termos de género, desde cedo.
Com uma forte literacia visual e acesso precoce a conteúdos digitais, estes jovens não são apenas recetores: são também críticos, criadores e ativistas em formação.