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França suspende temporariamente a Shein após deteção de produtos ilegais na plataforma

Foto Graffitimi/Shutterstock.com

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O governo francês ordenou a suspensão temporária das operações da Shein no país, após a descoberta de que o marketplace da gigante chinesa vendia produtos ilegais, incluindo bonecas sexuais com aparência infantil e armas proibidas.

A medida, inédita no sector do e-commerce europeu, surge num momento particularmente sensível para a marca de fast fashion, que preparava a inauguração da sua primeira loja física em Paris.

De acordo com o Ministério da Economia francês, o processo de suspensão permanecerá em vigor “até que a Shein comprove que todo o seu conteúdo está em conformidade com a legislação nacional”. As autoridades acusam a empresa de falhas graves na monitorização das vendas de terceiros, permitindo que artigos ilegais fossem comercializados através da sua plataforma.

Em comunicado, a Shein afirmou que está a suspender as vendas de terceiros em França, removendo todos os produtos associados à controvérsia, e que proibirá a comercialização global de bonecas sexuais na sua plataforma. A empresa acrescentou ainda que “colabora com as autoridades francesas para resolver o problema e garantir o cumprimento integral da lei”.

 

Crise reputacional à porta da Europa

A polémica rebentou poucos dias antes da abertura da primeira loja física da Shein em França, um marco estratégico no plano de expansão europeia da marca. O caso reacendeu o debate sobre o modelo de negócios da Shein, baseado em produção ultrarrápida, preços baixos e forte presença digital, e as suas implicações éticas e regulatórias.

Nos últimos anos, a Shein tem enfrentado acusação de práticas laborais precárias, impacto ambiental elevado e falta de transparência na origem dos produtos. A suspensão francesa vem reforçar a pressão sobre a empresa, já sob escrutínio da Comissão Europeia no âmbito do regulamento Digital Services Act (DSA), que impõe maior responsabilidade às plataformas na moderação de conteúdos e na verificação de produtos.

A situação evidencia um problema recorrente nas grandes plataformas digitais: a gestão das vendas de terceiros, que frequentemente escapam ao controlo direto das marcas. As autoridades francesas sublinham que este modelo de marketplace “não pode servir de escudo para práticas ilegais”, exigindo maior vigilância sobre o que é disponibilizado online.

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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