Um novo estudo da IDC, encomendado pela Microsoft, confirma que a Inteligência Artificial (IA) Generativa entrou numa fase de adoção massificada e estratégica. De acordo com o relatório What every company can learn from Frontier Firms leading the AI revolution, 68% das empresas a nível global já utilizam IA Generativa, enquanto na região EMEA a taxa de adoção atinge os 57%. O impacto, segundo o mesmo documento, está a transformar profundamente operações, modelos de negócio e competitividade em todos os setores.
As chamadas Frontier Firms – organizações que integram a IA no centro da sua estratégia e cultura operacional – destacam-se pela capacidade de escalar resultados e gerar retorno. Estas empresas reportam ganhos três vezes superiores aos das organizações que adotam a tecnologia mais lentamente, confirmando a IA como fator crítico de diferenciação.
A nova elite digital: o que distingue as Frontier Firms
O estudo identifica cinco práticas-chave que diferenciam as empresas líderes na transformação potenciada pela IA:
1 – IA integrada em toda a organização
As Frontier Firms utilizam IA em sete áreas nucleares do negócio, incluindo marketing, TI, desenvolvimento de produto, cibersegurança e serviço ao cliente.
Este nível de adoção resulta em impacto mensurável:
- +88% em crescimento de receita;
- +86% em eficiência de custos;
- +87% em diferenciação da marca;
- +85% na experiência do cliente.
2 – Soluções orientadas ao setor
Estas empresas aplicam IA não apenas para ganhos de produtividade, mas para desafios estruturais específicos:
- Financeiro: deteção de fraude e apoio ao cliente;
- Saúde: diagnósticos assistidos e cuidados personalizados;
- Indústria: manutenção preditiva, otimização da produção e inspeções automatizadas.
O estudo indica que 67% já monetizam soluções de IA, contribuindo diretamente para receitas adicionais.
3 – IA personalizada como vantagem competitiva
Mais de 58% das Frontier Firms já utilizam soluções ajustadas com dados internos e conhecimento proprietário. A tendência vai acelerar: 77% planeiam integrar IA personalizada nos próximos dois anos, reforçando controlo, precisão e alinhamento regulatório.
4 – Ascensão dos agentes de IA
A próxima grande fronteira são os agentes inteligentes – sistemas capazes de raciocinar, planear e executar tarefas com supervisão humana.
Nos próximos 24 meses, o número de empresas que os utiliza vai triplicar, segundo o IDC.
Estes agentes já estão a transformar processos em:
- Finanças (análise de políticas e fornecedores, revisão documental);
- Vendas (qualificação de leads, unificação de dados e criação de comunicações);
- Serviço ao cliente (gestão de casos e interpretação de intenções).
5 – Crescimento dos orçamentos de IA
A tecnologia deixou de ser experimental: 71% das empresas vão aumentar os investimentos em IA. O financiamento é hoje transversal, com recursos provenientes de áreas de TI e não TI, refletindo a centralidade estratégica desta tecnologia.
Além disso, 34% das empresas estão a introduzir novos investimentos e 13% a realocar fundos de outras áreas para acelerar a adoção.
Impacto económico global: 22,3 biliões de dólares até 2030
Segundo o IDC, a IA poderá representar 22,3 biliões de dólares até 2030, aproximadamente 3,7% do PIB mundial, reforçando a necessidade de infraestruturas tecnológicas robustas, governação sólida e modelos de medição de valor cada vez mais sofisticados.
A análise da IDC revela que 22% das empresas já se posicionam como Frontier Firms, embora na EMEA este valor desça para 18%. Por outro lado, 39% das organizações enfrentam risco de estagnação, sobretudo devido a desafios de segurança, privacidade, custos, ética ou falta de preparação organizacional.
A conclusão é inequívoca: a IA deixou de ser uma vantagem adicional – é agora um imperativo estratégico para qualquer empresa que queira liderar em eficiência, inovação e experiência de cliente.
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