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Espanha, Portugal e Grécia superam as taxas de crescimento globais do e-commerce previstas até 2029

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Com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) projetada de 9,9% entre 2024 e 2029, a Grécia lidera o grupo. Em conjunto com Espanha e Portugal, estes três países superam a média mundial de crescimento do comércio eletrónico.

Segundo a ECDB (EcommerceDB), a média global é de 8,1%, mas a Grécia atinge os 9,9%, seguida de Espanha e Portugal com 9,4%. Estas taxas acima da média resultam, em grande parte, da fase de expansão em que estes mercados se encontram. Esta fase está a ser impulsionada sobretudo por marketplaces internacionais em forte crescimento, como a TikTok Shop, o AliExpress e a Temu. Espanha foi um dos primeiros mercados europeus onde a TikTok Shop foi lançada, e tanto o AliExpress como a Temu estão no top 5 de plataformas mais relevantes nos três países.

Estas plataformas têm tido grande impacto devido à sua estratégia de baixo custo e vasta oferta. Em países onde o comércio eletrónico evoluiu mais lentamente, estas plataformas internacionais têm impulsionado o crescimento, substituindo modelos anteriores baseados em apps locais que ligavam pequenos negócios aos consumidores.

Operadores nacionais garantem crescimento sustentável

Não obstante, embora as plataformas internacionais desempenhem um papel importante, os operadores nacionais também são fundamentais para o desenvolvimento do mercado. Em Espanha e Portugal, nota a ECDB, há semelhanças notórias devido à proximidade geográfica.

Inditex e El Corte Inglés são forças motrizes do crescimento do e-commerce. A Inditex, com marcas como a Zara, tem presença global e estratégias competitivas. Já o El Corte Inglés beneficia do reconhecimento junto dos consumidores e de uma rede logística robusta, tendo uma parceria com o Alibaba desde 2018.

O caso da Grécia é distinto: o país não tem uma versão própria da Amazon, devido a desafios logísticos e à dificuldade de oferecer os serviços padronizados da marca. Assim, o mercado é dominado por empresas locais como a Skroutz, a Public e cadeias regionais de supermercados. Estas empresas, com experiência acumulada e maior alcance, impulsionam o crescimento do sector grego, de forma mais estruturada e duradoura do que as plataformas internacionais.

 

Itália e Chipre com previsões de crescimento abaixo da média

Itália e Chipre apresentam taxas de crescimento projetadas abaixo da média global (2024-2029), embora por razões distintas. No caso de Chipre, a sua geografia e história condicionam o desenvolvimento económico: a ilha está dividida entre as partes grega e turca e ainda tem influência britânica. A incerteza em torno das suas alianças económicas e obrigações logísticas, bem como a sua insularidade, dificultam o acesso ao comércio internacional. A previsão de CAGR para Chipre é de 7,9%.

Itália, por outro lado, não enfrenta essas limitações, mas tem o crescimento mais baixo entre os países analisados, com uma previsão de 7,2%. As razões prendem-se com fatores demográficos e a preferência por canais offline em categorias-chave como a moda, que tradicionalmente são motores de receita no e-commerce. Prevê-se que Itália, Alemanha e a região DACH como um todo tenham taxas de crescimento económico mais modestas nos próximos anos.

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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