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A Diageo, detentora de marcas como Johnnie Walker, Guinness, Smirnoff e Baileys, registou um crescimento orgânico de 5,9% nas vendas líquidas durante o terceiro trimestre do seu exercício fiscal de 2025, encerrado a 31 de março.
Este desempenho foi impulsionado por uma recuperação em mercados-chave e por uma gestão eficaz do mix de preços e volumes.
Crescimento impulsionado por mercados emergentes
O crescimento foi sustentado por um aumento de 2,8% no volume e uma melhoria de 3,1% no mix de preços. Em termos regionais, a América Latina e o Caribe destacaram-se com um aumento de 29% nas vendas líquidas orgânicas, beneficiando da estabilização do ambiente de consumo e da recuperação após um período de desestocagem significativa no ano anterior.
África também apresentou um desempenho sólido, com um crescimento orgânico de 10%, impulsionado por fortes resultados na África Oriental e nas regiões do sul, oeste e centro.
Na América do Norte, as vendas líquidas orgânicas cresceram 6%, com destaque para o segmento de bebidas espirituosas nos Estados Unidos, que registou um aumento de 7%, impulsionado por envios antecipados em antecipação a possíveis tarifas.
Na Europa, as vendas líquidas orgânicas mantiveram-se estáveis, com um desempenho robusto da Guinness a compensar a suavidade nas vendas de bebidas espirituosas em mercados-chave. A região Ásia-Pacífico registou um crescimento orgânico de 2%, beneficiando de comparações favoráveis e de um crescimento contínuo na Índia, embora tenha sido parcialmente afetada por uma redução de inventário no retalho de viagens e pela transição para o modelo de licenciamento da Guinness na Austrália e Nova Zelândia.
Impacto das tarifas
A Diageo estima um impacto de 150 milhões de dólares devido às tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre as bebidas espirituosas importadas do Reino Unido e da Europa. No entanto, a empresa acredita que poderá mitigar aproximadamente metade deste impacto através de medidas já implementadas, incluindo ajustes de preços e eficiências operacionais.
Para enfrentar estes desafios e melhorar a sua posição financeira, a Diageo lançou o programa Accelerate, que visa economizar 500 milhões de dólares até 2028. Este plano de poupança tem como objetivo gerar um fluxo de caixa livre anual sustentável de cerca de três mil milhões de dólares a partir do exercício fiscal de 2026, permitindo reinvestimentos estratégicos e uma redução do endividamento.
Perspetivas para o futuro
A CEO da Diageo, Debra Crew, expressou confiança na capacidade da empresa para superar os desafios atuais e manter um desempenho sólido. A empresa reafirmou as suas previsões para o exercício fiscal de 2025, esperando uma melhoria sequencial no crescimento orgânico das vendas líquidas na segunda metade do ano, apesar de prever uma ligeira diminuição no lucro operacional orgânico, em linha com o declínio registado na primeira metade do exercício.