in

Como as apps gratuitas ganham dinheiro

Foto: Shutterstock

Grande Consumo - Branded Content

Um jogo novo? Uma aplicação para nos organizarmos melhor? Ou um plano de perda de peso? As lojas da Apple e do Google Play têm uma infinidade de propostas semelhantes a estas, e muitas são gratuitas. Mas por vezes esquecemo-nos de que ninguém dá nada a ninguém: estas apps têm diversas estratégias de geração de receitas, que não se limitam à cobrança direta aos utilizadores. Além disso, conseguem algo mais valioso do que uma subscrição recorrente: um conjunto de dados pessoais que entregamos de livre vontade e que frequentemente é partilhado com terceiros.

No final do primeiro trimestre de 2024, o número de aplicações pagas nas lojas da Apple e do Google Play representavam menos de 5% do total, de acordo com a Statista. Isto significa os programadores estão satisfeitos com os atuais modelos de geração de receitas, que se distribuem da seguinte forma:

  • Publicidade
  • Compras integradas
  • Modelo Freemium
  • Afiliados
  • Patrocinadores

No entanto, além de tudo isto, a obtenção de dados pessoais representa um valor significativo para os proprietários das apps e um potencial risco de segurança para os utilizadores, de que falaremos mais à frente neste artigo.

 

Publicidade e compras na aplicação

Uau! Está terminada mais uma etapa do Candy Crush! A meta está próxima. Mas antes disso um anúncio, certo? É claro que os programadores de aplicações não trabalham para nós e precisam de fazer render o seu trabalho. O mais comum é apresentarem publicidade nas apps, através de banners, vídeos intersticiais, anúncios nativos ou vídeos com recompensas. Os banners aparecem na parte superior ou inferior do ecrã, sendo menos intrusivos e permitindo que os utilizadores continuem a usar a app enquanto são exibidos. Anúncios intersticiais são anúncios de ecrã completo que aparecem em momentos estratégicos, como durante transições entre níveis num jogo.

Também pode haver anúncios em vídeo reproduzidos antes, durante ou após o conteúdo principal, e anúncios nativos, integrados de forma harmoniosa com o conteúdo da aplicação, como se fossem uma parte natural da interface. Seja como for, quem joga tem de pagar, mesmo que de forma indireta. A publicidade representa mais de dois terços das receitas nas apps, de acordo com os dados da State App Revenue.

Por vezes, os utilizadores são desafiados a fazer as chamadas compras integradas, geralmente bens virtuais ou serviços a que se acede dentro da aplicação, como conteúdos adicionais, funcionalidades premium, moedas virtuais ou itens exclusivos. Um exemplo de sucesso é o Fortnite: embora a transferência e utilização do jogo sejam grátis, oferece uma vasta gama de compras dentro da aplicação, desde roupa para as personagens até passes de batalha que dão direito a outras recompensas. Esta estratégia gera milhões em receitas mensais.

O modelo freemium oferece uma versão básica gratuita da aplicação, com funcionalidades limitadas. Para aceder a funcionalidades avançadas, os utilizadores precisam de subscrever a versão premium. A Spotify é um exemplo clássico de aplicação freemium: oferece streaming de música gratuito com anúncios, mas, para terem acesso a outras funcionalidades, como ouvir música offline e saltar faixas ilimitadas, os utilizadores precisam de subscrever o Spotify Premium.

 

Marketing de afiliados e patrocínios

O marketing de afiliados envolve a parceria com marcas e a obtenção de comissões a partir de vendas geradas através da aplicação. Este modelo é semelhante à publicidade in-app, mas foca-se em produtos e serviços que se alinham estritamente com a base de utilizadores da aplicação. O sucesso depende da seleção cuidadosa de parceiros para manter a confiança dos utilizadores e a integridade da aplicação.

Aplicações populares com uma grande base de utilizadores podem atrair patrocinadores de marcas. Estas parcerias envolvem a promoção de produtos ou serviços de marca na app. Os patrocinadores pagam uma taxa para exposição dentro da aplicação, dependendo o sucesso do modelo da apresentação de dados convincentes dos utilizadores aos potenciais patrocinadores, que mostrem o alcance e a influência da aplicação.

 

A nossa melhor oferta

Se é verdade que os pagamentos feitos através de publicidade, patrocinadores ou compras integradas estão à vista, também é certo que pagamos as subscrições de apps gratuitas através de uma moeda muito valiosa: os nossos dados pessoais. Eles são muitas vezes transmitidos a terceiros, num processo que leva à invasão da nossa privacidade e à perda de controlo sobre eles.

Uma solução de defesa a considerar é a subscrição de uma rede privada virtual (VPN). Mas o que é uma VPN? Essencialmente, trata-se de uma proteção contra intrusos online, através de um túnel encriptado, que oculta os endereços de IP. Este serviço permite evitar rastreios indesejados, bem como a recolha de mensagens e dados privados, e o acesso seguro a hotspots de Wi-Fi públicos.

Concluindo, se alguém nos oferece algo que costuma ser pago, talvez isso aconteça porque a mercadoria somos nós! E, no mundo digital, não é possível saber quem tem acesso e usa os nossos dados pessoais, o que fragiliza a nossa presença online e nos expõe aos abusos de empresas e indivíduos mal-intencionados.

Meu Super Praia de Mira

Meu Super abre 2.ª loja na Praia de Mira em Coimbra

FORGOTTENBEER Heineken

“A melhor parte de beber uma cerveja nem sempre é a cerveja” diz a Heineken