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CEV Douro: um novo horizonte para pequenos e médios produtores

Investimento privado de 5 milhões de euros dá vida ao Centro de Vinificação do Vale do Douro, espaço de inovação e apoio à vitivinicultura regional

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O Vale do Douro, reconhecido como a mais antiga região demarcada de vinhos do mundo, vê nascer um novo e ambicioso projeto dedicado à valorização dos pequenos e médios produtores: o Centro de Vinificação do Vale do Douro, mais conhecido como CEV Douro. Com um investimento privado a rondar os 5 milhões de euros, o espaço abriu portas a 18 de agosto, já a tempo da sua primeira vindima, tornando-se rapidamente uma referência para quem deseja vinificar com qualidade e segurança.

O CEV Douro foi criado de raiz, pensado ao pormenor para responder às necessidades de produtores que, até agora, enfrentavam barreiras associadas ao elevado investimento e à complexidade de construir uma adega própria. Situado na Rua da Meia Légua, 600, Loureiro, Peso da Régua, e com fácil acesso, o centro apresenta-se como uma solução integrada, dotada de tecnologia de ponta e uma vasta gama de serviços que vão desde a receção da uva até ao engarrafamento.

Ao todo, o centro tem capacidade para produzir até 800 mil litros de vinho de mesa do Douro, abrangendo todas as fases do processo: receção e pesagem das uvas, desengace, esmagamento, fermentação alcoólica e maloláctica, prensagem, clarificação, estabilização, armazenamento (em inox ou barrica), engarrafamento e até análises laboratoriais próprias. Importa notar que, apesar da sua dimensão e inovação, o CEV Douro não está apto à produção de vinho do Porto, dedicando-se exclusivamente aos vinhos de mesa.

Tecnologia, versatilidade e apoio especializado

O centro destaca-se pela utilização de tecnologia de última geração, com cubas de inox de capacidades variáveis entre 2.500 e 30.000 litros, adaptáveis a produções mais pequenas, com sistemas de inertização a azoto e equipamento para microxigenação dos vinhos. O armazenamento pode ser feito em inox ou em barricas de madeira, em caves climatizadas e de humidade controlada, assegurando sempre as melhores condições para a evolução dos vinhos.

Para além da infraestrutura, o CEV Douro oferece aos clientes a possibilidade de trazerem o seu próprio enólogo ou, em alternativa, beneficiar da experiência de Afonso Pinto, enólogo residente, ou ainda do consultor Francisco Montenegro, profissional com mais de trinta anos na área, que esteve envolvido na dinâmica e escolha dos equipamentos do centro.

A prestação de serviços é personalizada, ajustando-se às necessidades de cada produtor, sendo os preços definidos de acordo com as exigências e volume de produção. Para o futuro, já está previsto o alargamento do leque de serviços, com apoio técnico à viticultura a partir de 2026, nomeadamente ao nível de protocolos de qualidade das uvas entregues para vinificação. Em função da procura e das necessidades dos clientes, não se descarta a possibilidade de incluir apoio nas áreas de marketing e comercial em anos seguintes.

No arranque deste primeiro ano, a direção do CEV Douro optou por uma postura prudente, estabelecendo uma meta máxima de vinificação de 100 mil litros. Este volume inclui já os vinhos de um projeto familiar, a ser apresentado em 2026, provenientes de quatro quintas da família Magalhães, localizadas na margem direita do Douro, entre Régua, Sabrosa e Murça.

Gestão familiar

O projeto é liderado por Francisco Magalhães, engenheiro químico e figura conhecida no sector energético regional por ser um dos fundadores da Dourogás. Ao seu lado está a filha, Andreia Magalhães, auditora formada em Engenharia Alimentar. Juntos, partilham a gestão do centro com uma equipa multidisciplinar pronta a apoiar cada etapa do processo de produção vinícola.

O compromisso do CEV Douro passa pela execução rigorosa e competente de todos os serviços, respeito integral pelas normas legais e regulamentares, manutenção rigorosa das instalações e equipamentos, cumprimento dos prazos estabelecidos, e garantia de rastreabilidade de todos os produtos, assegurando ao produtor total transparência sobre o percurso das suas uvas até ao produto final.

Francisco Magalhães sublinha que o CEV Douro foi idealizado para se adaptar aos desejos e necessidades de produtores e enólogos que procuram melhores condições para vinificar os seus vinhos ou os de quem representam. Num sector onde o transporte entre produção e engarrafamento pode comprometer a estabilidade do vinho, o CEV Douro distingue-se ao congregar todas as valências num mesmo espaço, eliminando grande parte dos riscos logísticos.

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